Fenther

No dia 18 de Setembro, a poucos dias do final da Feira do Livro e ainda integrado no seu programa, Richard Zimler lançou um livro de 72 Haiku Cabalísticos, publicado pela AL em versão bilingue.
Um intenso “livro fininho”, como referiu o Valter Hugo Mãe, que o apresentou também com poesia, num fim de tarde que se fez perfeito para as mais de 40 pessoas presentes naquela sala da BMAG, no Porto.

Num diálogo intimista, mais parecido com um acolhedor encontro entre pessoas que se respeitam e apreciam do que com um encontro entre dois grandes homens das letras em Portugal, o “A Voz do Amor” foi sendo apresentado.
Valter Hugo Mãe falou de Zimler como escritor, como ser humano, como “uma companhia à qual todos deviam aspirar pelo menos durante 15 minutos”.
Zimler, na resposta às perguntas que iam sendo lançadas e na descrição da sua obra, foi mostrando um pouco disso mesmo: essa humanidade, essa proximidade suave de quem mostra o que é sem querer ser mais.
Falou-se um pouco da Cabala, cujos escritos Zimler reconhece, na introdução ao livro, terem tido um enorme impacto nos seus romances ao longo do tempo.
Falou-se do mundo dos Haiku, da sua forma tão específica e exigente, que apelou ao melhor da sua criatividade e minúcia para serem criados de forma coerente e exata.
E falou-se do Amor e da Humanidade. Zimler, que menciona o seu companheiro, Alexandre Quintanilha, nos agradecimentos do seu livro, por o fazer “sentir que em cada dia da sua vida está no lugar onde tinha de estar”, trouxe ao espaço de diálogo uma visão muito ampla, profunda e intensa sobre o universo do Amor, ao qual dedica o tema do livro.

A junção entre o mundo da Cabala e o formato do Haiku foram, segundo o autor, “formas poéticas de expressar ideias místicas”. Uma junção que resulta num livro que contém pedaços de sabedoria aberta a qualquer leitor, expressos na simplicidade de versos assim: “Aperfeiçoa-te / e a tua sombra será simplesmente / uma forma menor de luz.”.

Fotos e texto: Edite Amorim