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Estivemos à conversa com Suave para ficarmos a conhecer o novo "Português Suave".

Fenther – Quem é Nick Suave?
Suave – É o heterónimo calmo de um gajo que anda sempre à pressa.

Fenther – Como defines o som que fazes? É catalogável?
Suave– Será, claro. Eu gosto muito de soul e de rock and roll, anda por aí.

"Nicotine, tabaco, português, suave... é uma associação de palavras simples, mas a que achei piada."

Fenther – Que foste fazendo até chegar hoje aqui? Outros projectos e aventuras...
Suave– “Fui inventando coisas para fazer e fazendo algumas que estavam por fazer. Comecei, com um grupo de amigos, a “Hey, Pachuco! Associação Cultural”, no Barreiro, em 2000. Daí surgiu uma editora e o festival Barreiro Rocks. Desde 2008 estou, também à frente do Estúdio King, uma sala de ensaios e estúdio de gravação. Para além dessas andanças toco com bastantes bandas (The Act-Ups, Nicotine’s Orchestra, The Jack Shits, Los Santeros, Bro-X, mais umas quantas).

Fenther – E agora... apenas Suave?
Suave– Suavemente, sim. Durante muito tempo assinava como Nick Nicotine mas deixei de fumar em 2010 e passei a ter uma relação conturbada com o tabaco. No entanto as raízes são muito fortes e achei que havia de fazer uma brincadeira com o nome Suave. É nessa altura que começo a escrever mais em português. Nicotine, tabaco, português, suave... é uma associação de palavras simples, mas a que achei piada.

"Sou viciado no som da época áurea de Detroit e acho que este disco e este projeto refletem bastante a minha paixão pela soul sem deixar de provocar, aqui e ali, a dança mais frenética do rock and roll."

Fenther – Depois de tantos discos cantados em inglês, porque a mudança?
Suave– Partiu de um desafio. Pus-me a pensar e realmente não havia razão alguma para não cantar em português, a única dificuldade para mim passava pelo facto de não ter uma voz referência no estilo de música que gostava de fazer. Encontrada a minha voz foi muito mais fácil e a composição em português passou a ser natural, claro.

Fenther – Quem está contigo nesta nova caminhada?
Suave– A banda ao vivo conta com o Cláudio no baixo (Pista, Nada-Nada) o Ernesto na guitarra (Pista, Nicotine’s Orchestra) e o Fred na Bateria (Orelha Negra entre milhares de outras bandas).

Fenther – Fala-nos um pouco sobre este "Português Suave"...
Suave – É um disco em que canto sobre o amor de uma forma bastante simples, acho. Sou viciado no som da época áurea de Detroit e acho que este disco e este projeto refletem bastante a minha paixão pela soul sem deixar de provocar, aqui e ali, a dança mais frenética do rock and roll.

Fenther – Vai ser apresentado ao vivo no MusicBox. Que podemos esperar? Novidades? Convidados?
Suave– Podem esperar divertir-se, vou fazer o máximo para que isso aconteça. Vou tocar o disco na íntegra mais uns quantos temas novos e podem aparecer alguns convidados-surpresa...

Fenther – E depois? Já há datas?
Suave– Para já está confirmada a passagem por Coimbra, no Teatrão, a 28 de Julho. Mas em breve apresentamos mais – a intenção é meter Portugal inteiro a dançar, portanto...

Fenther – Estado a musica feita em Portugal? Está de boa saúde? O que recomendas?
Suave– Acho que vivemos um bom período, um período em que a diversidade e alguma facilidade de acesso a meios de produção trouxe-nos mais linguagens musicais, mais pessoal a compor e, principalmente, através da internet um acesso facilitado às obras. Aconselho a que as pessoas façam uma pesquisa ativa e tentem sair da sua zona de conforto mais vezes – podem não gostar de tudo o que ouvem mas ficam, certamente, mais ricos.

Fenther – Um livro...
Suave– O Banqueiro Anarquista, do Fernando Pessoa.

Fenther – Um disco...
Suave– O Passei o dia a ouvir o África Brasil do Jorge Ben

Fenther – Um filme...
Suave– True Romance, do Tony Scott

Fenther – Mensagem final...
Suave– Tenho uma, muito importante, mas só conto em pessoa. Dia 27 de Abril, encontramo-nos na Music Box.

Vitor Pinto



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