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Estivemos à conversa com Gonçalo a propósito da edição de "Boavista".

Fenther – Revela-te Gonçalo...
Gonçalo – Durante o dia, sou Engenheiro Informático. Faço isto e aquilo à volta de zeros e uns. Nos meus tempos fora do escritório, a música é e sempre foi muito mais do que um hobby. É o meu escape. São as minhas paisagens.

Fenther – Por onde andaste anteriormente musicalmente falando?
Gonçalo – Desde muito cedo tenho tido bandas. Comecei a minha incursão pela música com 14 anos quando o meu pai me ofereceu o meu primeiro baixo. A experiência musical mais séria que precedeu esta aventura a solo foram sem dúvida os Long Way to Alaska, com quem partilhei palcos durante 5 anos aproximadamente. Passar tanto tempo com eles foi, sem dúvida, uma inspiração que transporto para este projeto a solo.

"Champagna é um espelho de amigos, uma lufada de ar fresco."

Fenther – Tudo preparado para "Boavista" ver a luz do dia?
Gonçalo– Sim, tudo preparado. Foi um processo longo e lento, feito à medida do meu tempo. Os primeiros acordes do disco, soltei-os em 2014, pouco depois de ter lançado o meu primeiro EP, o QUIM. Desde então, tenho vindo a compilar um pouco do que tenho feito. No início deste ano, gravei tudo o que tinha e levei os temas para o estúdio do João Moreira. Ele acompanhou-me de forma exímia na construção deste longa duração. Com ele, também André Simão (Dear Telephone), Filipe Azevedo (Sensible Soccers), João Pereira (The Guilty Ones), Jorge Queijo (Torto), Pedro Oliveira (peixe : avião) e Sergio Alves (Marta Ren) têm participações que me são muito queridas neste Boavista.

Fenther – Onde vão ser as primeiras apresentações deste teu disco?
Gonçalo– Ainda não tenho nada planeado, mas acontecerão de certo no início do ano de 2018.

"Nos meus tempos fora do escritório, a música é e sempre foi muito mais do que um hobby. É o meu escape. São as minhas paisagens."

Fenther – Para além dos nomes que já referiste, quem mais está envolvido nesta aventura?
Gonçalo– Sim, tenho imensos convidados neste disco. O João Moreira participou na produção e master do mesmo. O artwork é de outro grande amigo meu, Cláudio van der Hart que preparou uma bela peça manual para a capa do disco. Também o Alexandre Fernandes participou no processo de promoção com fotografia. E claro, o Vasco Mendes com quem tenho trabalhado os meus vídeos.

Fenther – "Champagna" espelha bem o conteúdo de "Boavista"?
Gonçalo– Champagna é um espelho de amigos, uma lufada de ar fresco. O disco passa por várias camadas estéticas. Talvez seja fácil ouvir este Boavista como uma transição entre o meu primeiro EP e algo que há-de vir. Não vejo Champagna como um espelho do género do disco, vejo-a mais como um elemento que lhe dá essência na sua disparidade. No fundo é assim que sinto este disco. Diferente no seu interior. Diferente do que o rodeia.

Fenther – Identificas-te bem com a actual musica feita em Portugal?
Gonçalo – O panorama da música nacional está bem representado. Temos todos os meios, talento e quórum para criar um cenário robusto na música portuguesa. Seria um desperdício não me identificar com algo tão prometedor. Ainda assim, falta percorrer um grande caminho à música portuguesa. Necessita de mais apoios que sustentem o talento que fervilha no país.

Fenther – Que bandas recomendas?
Gonçalo – Hoje ainda não consegui parar de ouvir King Gizzard and the Lizard Wizard.

Fenther – Um livro...
Gonçalo – Flatland - A Romance of Many Dimensions, de Edwin Abbott Abbott.

Fenther – Um disco...
Gonçalo – Solo Piano do Chilly Gonzales

Fenther – Um filme...
Gonçalo – Sozinho em Casa. Tem que fazer parte do imaginário de muitos músicos da minha geração.

Fenther – Mensagem final...
Gonçalo – Até já.

Vitor Pinto



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