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Estivemos à conversa com Alen Tagus a propósito da edição do EP "Paris, Sines".

Fenther – As devidas apresentações...
Alen Tagus – Alen Tagus é um projecto colaborativo entre Charlie Mancini, compositor de música para cinema e eu, Pamela Hute, instrumentista e vocalista de indie rock e produtora de Paris.

Fenther – Como nasceu esta ligação?
Alen Tagus– O Charlie encontrou a minha música algures na Internet. Enviou-me uma canção e perguntou se eu queria cantar nela. Habitualmente não costumo cantar no trabalho dos outros mas gostei da progressão de acordes; algo na canção foi bastante apelativo para mim, então pedi-lhe para me enviar as pistas separadas e constuí a canção. O Charlie gostou muito do meu trabalho, por isso trocámos uns quantos ficheiros e foi assim: tinhamos a nosso primeiro tema em poucos dias e parecia tão fácil e natural que decidimos criar mais...

"O Charlie gostou muito do meu trabalho, por isso trocámos uns quantos ficheiros e foi assim: tinhamos a nosso primeiro tema em poucos dias..."

Fenther – Podem levantar um pouco do véu deste disco?
Alen Tagus– Este EP é o resultado de 6 meses de trabalho entre nós. É um disco muito pop, com sons setentistas (especialmente a bateria), mas as influências na verdade são muito variadas. Visto que o Charlie e eu somos da mesma geração ouvimos quase os mesmos albuns, por isso há um sentimento indie que é natural à musica dos anos 90. Porém, a forma como o Charlie compõe é muito cinematográfica por isso é um disco que sugere imagens, espaços vastos e alimenta a imaginação; tudo estruturado em canções pop regulares.

Fenther – Como definem os contornos sonoros do vosso projecto? É catalogável?
Alen Tagus– Como mencionei anteriormente há pouco de tudo neste disco porque as nossas influências são várias mas acho que no geral é um disco de Indie Pop com um sentimentos dos 90’s. As guitarras espreitam por vezes numa maneira britânica. Podem também ouvir-se laivos dos anos setenta nas linhas de baixo e na bateria. É difícil de dizer exactamente como definimos o nosso som mas é sem dúvida um som orgânico.
Charlie: Pelos vistos é catalogável!

"É um disco muito pop, com sons setentistas (especialmente a bateria), mas as influências na verdade são muito variadas."

Fenther – Paris e Sines vão merecer um concerto de apresentação desta vossa inspiração?
Alen Tagus– O nome do EP está relacionado à nossa localização. O Charlie e eu nunca nos conhecemos pessoalmente e só trabalhamos por email e mensagens directas. Eu vivo em Paris e ele vive em Sines… Tenho a certeza que ambas as cidades em que vivemos influenciam a nossa escrita de canções. Existe um pouco das duas cidades no disco.
Charlie: Para já não temos concertos marcados mas seria interessante num futuro a médio prazo podermos actuar em Paris e porque não na terra de Vasco da Gama? Seria muito interessante!

Fenther – Como se apresentam em palco? Vai haver convidados?
Alen Tagus– Charlie: Quando chegar a altura de actuarmos estamos a pensar tocar com os músicos que integravam a antiga banda que colaborava com a Pamela. Esses serão os nossos convidados mas nessa altura poderemos vir a assumir mesmo o conceito banda em vez de nos ficarmos só por um projecto colaborativo.

Fenther – Como vêm a actual musica feita em Portugal?
Alen Tagus– Charlie: A Pam conhece muito poucas bandas portuguesas (Ditch Days e algumas que lhe mostrei) mas reconhece a genialidade dos nossos músicos. Pessoalmente tenho acompanhado bastante bem a música nacional (tive programas de rádio centrados na divulgação de bandas portuguesas quando vivia em Setúbal) e noto uma evolução bonita no sentido da qualidade da produção ter melhorado, a composição está excelente e o uso da língua portuguesa saiu da casca com bandas como os criativos Capitão Fausto, Salto, Ciclo Preparatório, Os Pontos Negros, a Banda Mutante (que produzi e gravei há pouco tempo no meu estúdio) ou artistas como Márcia, Luisa y su hermanito Salvador Sobral, Luís Severo, Samuel Úria, os séniores JP Simões, Cristina Branco. Vibro muito com a música de We Trust, Best Youth, Minta & The Brook Trout, Fogo Fogo, Dead Combo, Peixe:Avião, Bruno Pernadas, Norberto Lobo, You Can’t Win Charlie Brown, André Barros e volto sempre aos meus queridos Clã!

Fenther – Mensagem final...
Alen Tagus– Vejam filmes interessantes e oiçam música reconfortante.

Vitor Pinto



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