Laurus Nobilis Music 2019

Laurus Nobilis Music Fest
2019.07.25, Louro, Vila Nova de Famalicão

Nova edição do Laurus Nobilis, este ano com mais um dia de Metal e o programa de recepção ao campista, alargado para mais uma banda. O arranque deu-se com Lyfordeath, quinteto sediado em Paredes, com uma mistura de thrash e death melódico, que se serviu do material do disco de estreia, «Nulius In Verba».
Seguiu-se Humanart, de Santo Tirso, em formato quinteto, com o alinhamento focado no recente «(Further) Into the Depths», acabando por se tornar um dos melhores nomes da noite.
De Oviedo veio um quarteto, de nome Soldier, com um trash pouco interessante, apesar de já estarem no terceiro disco, de título «The Sleeping Of Reason». Teria sido fácil arranjar alternativa nacional.
Como que a provar isso, os W.A.K.O chegaram e simplesmente arrasaram, com sete temas bem escolhidos, em que ainda houve espaço para uma nova malha, «Perish». Neste momento este quinteto será do melhor que se vê pelos palcos nacionais.
No final, a celebração de trinta anos de existência de Contradiction. Com temas pouco estimulantes, ficou a questão sobre a escolha ter recaído num quarteto que teve aqui a única data do ano, fora do seu país. Não deixou de ser curioso que, nesta noite, as piores bandas não fossem nacionais.

Laurus Nobilis Music Fest
2019.07.26, Louro, Vila Nova de Famalicão

Arrancando a meio da tarde, o palco secundário ofereceu todos os dias, três nomes nacionais. Neste primeiro dia oficial, abriram os Second Lash, seguidos por Wrath Sins que vieram apresentar o seu segundo trabalho, «The Awakening», ao mesmo tempo que mostravam o novo baterista, Gaspar Ribeiro. Vindos de Beja os HoChiMin, estão a regressar aos palcos trazendo bastante humor que ajudou a tornar na melhor banda da tarde. Deixando expectativas sobre o próximo «This Is Hell», houve ainda tempo para uma curiosa versão de «Enjoy The Silence», e a presença, em palco, do filho do vocalista que o acompanhou no tema «Ashes».
Miss Lava arrancava no palco principal com uma actuação cheia de energia e temas como «Don't Tell A Soul», «Catch The Fire», ou «Planet Darkness», a par de novos como «In The Mire» ou «The Oracle». Após o quarteto, chegaram Peste e Sida, face a um público tão escasso quanto apático que levou João San Payo a afirmar “Já vi jogos de xadrez mais emotivos”. Mesmo assim, alguns temas mais catchy mexeram com alguns e claro, o velho hit, «Sol da Caparica», ainda tem o seu peso.
«Bowels Of Earth» é o novo trabalho dos Entombed A.D. mas continuaram a assentar o alinhamento numa mistura de temas de Entombed, como «Wolverine Blues», «Left Hand Path», com temas de «Back To The Front» ou «Dead Dawn». Apesar disso, o futuro trabalho ainda foi visitado num par de faixas, incluindo «Fit For A King». O brasileiro Guilherme Miranda, guitarrista do grupo, acabou a fazer quase todas as despesas da apresentação, apanhando muitos de surpresa, com o seu português.
Os italianos Fleshgod Apocalypse foram os que mais público reuniu, mesmo assim ainda pouco, não ultrapassando o milhar. De forma inteligente, o sexteto optou por começar com temas do excelente penúltimo disco, «Healing Through War» e «Cold As Perfection», só depois seguindo para o recente «Veleno», de 2019, numa mistura que resultou bem, permitindo escutar malhas como «Sugar», «Monnalisa» ou «Fury». Visualmente irrepreensíveis, os italianos trouxeram um som algo embrulhado, parecendo ter mais efeitos que o desejável, numa actuação que dividiu os presentes, quiçá por se ter maiores expectativas.

Laurus Nobilis Music Fest
2019.07.27, Louro, Vila Nova de Famalicão

O segundo dia oficial, começou com uma bomba chamada Besta. Em formato de trio, sem baixista, o grupo lisboeta arrasou, numa performance que foi de longe a melhor do palco secundário. Após isso, pouco espaço sobrava para os Tales Of Unspoken, esforçados, com alterações na formação habitual, e Miguel Inglês, dos Equaleft, como convidado num tema, mas a anos-luz do que tinha sido Besta. Jogando noutro campo, os Gwidion souberam fazer a festa e terminar bem a tarde, com muito humor e um público que até remou por eles. Provavelmente esta terá sido a tarde mais equilibrada e de melhor nível, para este palco.
Já no palco principal as coisas não começavam bem, com uns Solar que ainda precisam de ganhar rodagem e perder gorduras, se calhar demasiado cedo atirados para este palco. Já com Sinistro passou-se o contrário, merecendo mesmo ter trocado de posição com Crematory. Lado negativo da actuação, o facto de este concerto ter marcado a saída de dois elementos do grupo.
Crematory actuavam em Portugal pela primeira vez e também não justificaram a necessidade de os ver antes, ou sequer de um dia virem a ser revistos. Na realidade o grupo tem apenas um tema, «Tears Of Time», que soube reservar para o fim, ao longo de dez minutos, contados por alguns. Depois seguiram-se Samael, verdadeira razão da maioria ter acedido ao espaço naquela noite. Arrancando com «Hegemony», seguida de «Samael», foi uma actuação longa que valeu por toda a noite e permitiu escutar alguns clássicos como «Reign of Light», e «Year Zero», para lá de temas obrigatórios como «Ceremony of Opposites». Se a tarde tinha começado bem, a noite encerrou ainda melhor, num dia com muitos altos e baixos.

Laurus Nobilis Music Fest
2019.07.28, Louro, Vila Nova de Famalicão

O último dia do festival arrancou até bem, com Toxikull a darem um excelente concerto, já com temas do novo «Cursed and Punished». Tal como no dia transacto, quem sofreu foi o grupo seguinte, neste caso Grimlet, que não se percebeu bem porque tocarem naquela posição. Veteranos, mas com poucas actuações desde que regressaram, os Grimlet necessitam de mais rodagem para melhorar o entrosamento. Outro caso de escolha estranha, foi a de Simbiose, nome de culto do hardcore e crust, mas a tocar para um público que não era, claramente, o seu. Se a isso se juntar a escassez da assistência e cansaço da mesma, percebe-se como o concerto ficou aquém do que o nome Simbiose pode sugerir. Em futuras edições este palco e suas escolhas terá de ser repensado.
Antes de arrancar o palco principal, o anúncio do cancelamento sobre a hora, devido a problemas de vôos, da actuação de Hipocrisy. Demasiado tarde para dar a volta ao problema, a organização fez o que pôde, mas o arranque de Analepsy, também eles desfalcados de um elemento, fez perceber que este seria o dia com menos gente. Após uma boa actuação de Analepsy, a espera por Soilwork prolongou-se para lá da hora marcada. Esperava-se mais dos suecos, que tiveram uma prestação morna e dentro do expectável, sendo de lamentar não terem em momento algum assumido o lugar de cabeças-de-cartaz, ou tentarem consolar um público. No final, tocaram até menos um tema que no alinhamento habitual dos festivais de Verão de 2019. Acabava assim, prematuramente, mais uma edição do Laurus Nobilis.

Fotos: Emanuel Ferreira
Texto: Byron


      

    

Lyfordeath    

    Lyfordeath

    
Lyfordeath    

    Lyfordeath

    
Humanart    

    Humanart

    
Humanart    

    Humanart

    
Soldier    

    Soldier

    
Wako    

    Wako

    
Wako    

    Wako

    
Contradiction    

    Contradiction

    
Wrath Sins    

    Wrath Sins

    
HoChiMin    

    HoChiMin

    
Miss Lava    

    Miss Lava

    
Peste & Sida    

    Peste & Sida

    
Entombed A.D.    

    Entombed A.D.

    
Fleshgod Apocalypse     

    Fleshgod Apocalypse

    
Fleshgod Apocalypse     

    Fleshgod Apocalypse

    
Besta    

    Besta

    
Tales Of Unspoken    

    Tales Of Unspoken

    
Gwidion    

    Gwidion

    
Gwidion    

    Gwidion

    
Solar    

    Solar

    
Sinistro    

    Sinistro

    
Crematory    

    Crematory

    
Crematory    

    Crematory

    
Samael    

    Samael

    
Samael    

    Samael

    
Toxikull    

    Toxikull

    
Grimlet    

    Grimlet

    
Simbiose    

    Simbiose

    
Analepsy    

    Analepsy

    
Soilwork    

    Soilwork

    
Soilwork    

    Soilwork

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