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Crónicas
Março 2008

Zé Pedro

Há já algum tempo que não fazia uma crónica aqui para o site, mas cá estamos de volta, unidos para defender as cores do Rock’n’Roll.

Começo por falar do Festival Para Gente Sentada que aconteceu em St. Maria da Feira. Trata-se de um excelente evento produzido pelos rapazes de Paredes de Coura, uma iniciativa de louvar, fazendo mexer as correntes mais alternativas fora dos grandes centros urbanos. Não tive a oportunidade de ir, mas fiquei com pena de não ter visto Sean Riley, a grande revelação de Coimbra.
Já os tinha visto numa Fnac, gostei bastante, mas queria vê-los num formato maior, num palco a sério.

Tem um grande disco, com grandes canções e com a voz de Sean Riley em grande evidência. A par do Slimmy, e estando na presença deles, temos a sensação de estar a ouvir dois artistas estrangeiros, o que é muito muito bom. Ainda há pouco tempo fiz uma retrospectiva na Radar sobre as bandas de Coimbra, que realmente são uns activistas e que todos eles apostam no cantar em inglês. Tanto o Paulo Furtado, o Kaló como o Tony Fortuna, têm apostado no rock’n’roll internacional, e aparecendo um personagem como o Sean Riley no meio de tudo aquilo, embora muito mais calmo, não deixa de ser algum sangue novo para o que se vai fazendo por Coimbra. Uma personagem que me faz lembrar um Beck no início de carreira. Talvez pela sua imagem… A não perder as datas que Sean Riley anda a fazer pelo país, quer em nome próprio, quer nas primeiras partes dos Wraygunn. Aconselho vivamente.

Ando a ouvir Saul Williams que descobri há pouco tempo. Muito engraçado este senhor, muito activo, e que tem um excelente disco onde participa Zack de la Rock dos Rage Against the Machine, e foi descoberto entretanto por Trent Reznor, que agarrou no senhor e com este união, aguarda-se para muito breve uma parceria entre os dois músicos. Aguarda-se qualquer coisa de excepcional, a julgar pelo grande disco deste norte-americano. Estou bastante expectante á espera que algo aconteça.

Também ando a ouvir neste inicio do ano o novo dos Radiohead, «In Rainbows», um disco excelente, e a maneira como eles editaram o disco foi espectacular, contrariando as tendências todas fazendo um possível boicote ás grande editoras em relação à nova forma de se expandir e fazer musica. A prova concreta é que tiveram uma adesão enorme nas tiragens via net, e a seguir conseguiram uma adesão enorme nas vendas físicas do disco, tal como acontece com os Arctic Monkeys que não param de nos surpreender com este tipo de altitudes.

O novo disco dos Sons and Daughters tem-me feito companhia também. O single “Gilt Complex” é magnífico. Os álbuns nem sempre acompanham as tendências do single, mas este «This Gift» é brutal. Também o novo disco da Cat Power tem me feito delicias. Fiquei muito contente com as novas características dela, neste álbum lento mas que me sabe muito bem ouvir.
Tenho para ouvir o novo de Lenny Kravitz. Gosto sempre muito do som deste senhor, embora ao vivo me deixe muito a desejar. Já o vi duas vezes e pode ser que à terceira vez, agora no Rock in Rio, me consiga cativar e surpreender no palco. Em disco este senhor tem coisas bastante boas.

Por falar em Rock in Rio, já se começam a desenhar os festivais de verão e eu não posso deixar de falar sobre os Sex Pistols em Paredes de Coura. O João Carvalho da Ritmos ligou-me a pedir a opinião antes de os contratar e eu fiquei bastante contente com a notícia. Acho que é uma banda ideal para Coura, que fica dentro da linha do que tem vindo ao festival.
É uma banda que tem a mítica toda do Punk Rock á volta dela e que nunca cá veio tocar. Acho que vai ser um momento único em Coura.
Com esta é já a terceira reunião da banda e que tem tido criticas muito boas em torno desta união. Há uma certa expectativa em ver esta banda mítica e ver se eles tem mais sangue novo para dar. De qualquer maneira, ver o Steve Jones em cima do palco vai ser um grande prazer, pois foi um dos guitarristas que eu sempre apreciei na minha entrada no Punk.

Ver a Amy Winehouse no Rock in Rio vai ser também muito interessante, depois de tudo o que rodeia esta senhora há uma enorme expectativa em ver como se comporta em cima do palco. Deve ser brilhante. A par dela só mesmo Pete Doherty, que vi no Lux no principio do ano. Um concerto fabuloso de rock’n’roll, e ainda bem que o concerto passou do Coliseu para o Lux, o que tornou o concerto muito mais intimo.
Realmente, e sem se saber muito bem porque, aquela figura tornou-se carismática e recheada de fãs por todo o lado, com as musicas na ponta da língua. Foi um espectáculo brutal como já se via há muito tempo por cá, a fazer lembrar o auge do punk rock. Adorei o concerto por completo.

A fechar, fica a noticia da vinda dos ZZ Top ao Porto na edição nortenha do Festival S.B.S.R.. Uma óptima noticia pois os Xutos & Pontapés tocam também com eles no mesmo festival, e pisar o palco deles logo na estreia em Portugal, vai ser muito gratificante para mim. Eu que tenho um certo fascínio por esta banda.

Continuação de boas ondas rock’n’roll…

Abraço grande!

Zé Pedro

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