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Crónicas
Novembro2007

Quando uma crónica sobre Lisboa é feita por uma pessoa que nasceu em Matosinhos, viveu na Maia, em Braga e em Vila do Conde, só se pode esperar uma tendência regionalista e facciosa.

Esqueçam!

Apesar de adorar o Norte e em particular o Porto e não o trocar por outra qualquer cidade em Portugal, a verdade é que acho Lisboa uma cidade lindíssima e cheia de fascínio.

Vou a Lisboa sempre em passeio e sem stress, ou para ver amigos ou um concerto e por isso não me aborrece nada e até acho piada às pessoas todas a correr para o metro, ao movimento à hora do almoço, à confusão a sair do barco, até quando as pessoas supostamente estariam em momentos de lazer parece que andam a correr e cheias de pressa porque só têm uma hora livre por semana e têm de a aproveitar ao máximo e então fazem tudo a correr… é demais…

Adoro ver os turistas, e são muitos, mesmo nesta época do ano, a fotografar o elevador, edifícios antigos, castelo, bairros típicos, cafés antiquíssimos, o rio. O rio é um elemento que dá beleza e luz à cidade.
Ver os reformados com hábitos e rituais antigos a tomar o seu café e percorrer as ruas empedradas e estreitas e escorregadias da cidade.

É isso que dá vida e cor a Lisboa. Uma cidade onde encontro a cada visita mais coisas interessantes para fazer, a cada visita me identifico mais com vários locais. É um pastel de Belém a olhar para o rio. Um café na Brasileira. Um almoço numa esplanada ao pé do mar. Um copo no bairro alto. Namorar no Castelo de S. Jorge.

As pessoas de Lisboa, ou que vivem em Lisboa não são assim tão arrogantes quanto as “pintam”. Noto sempre alguma falta de educação nos transportes, má cara e má vontade nos serviços, mas aqui no Porto também nem sempre as pessoas andam de cara alegre.

Alguns dos meus melhores amigos são de Lisboa. O que não deixa de ser estranho e me põe a pensar se aqui no Porto as amizades são mais superficiais e que apesar de falar com os meus amigos de Lisboa só de longe a longe e estar com eles só uma ou duas vezes por ano, são mesmo amigos de verdade e que se pode contar sempre com eles…

O mais certo é sermos iguais em Lisboa e no Porto, dedicamos é o nosso tempo a coisas diferentes e não escolhemos os amigos pelo sítio onde vivem, seja perto ou longe, mas sim pelo que eles valem.

Visitem Lisboa e façam amigos. Vão ver que rapidamente a disputa porto/lisboa acaba.

Ana Gabriela Sousa



Lisboa Alternativa

Uma cidade enorme, por vezes confusa, por vezes distante, mas recheada de encantos nos mais íntimos lugares, nas vielas mais apertadas...
Uma vontade de querer sentir e a busca da procura, reflecte-se em encanto.

Quem pela Capital passa, sente de imediato uma atracção citadina, recheada de cultura, acontecimentos únicos e encontros imediatos com novas linguagens.
Há uma vontade imensa de por ali ficar e começar uma vida nova, mais intensa, mais real...
E esses que por lá passam e sentem que Lisboa tem segredos bem guardados, descobrem uma cidade diferente, alternativa, sem estar sequer ligada às grandes imagens monumentais que Lisboa oferece a quem a visita.

O coração da cidade esconde as pérolas ao seu redor que se intitulam de bairros. Locais sem grandes luxos, mas com uma realidade sentimentalista. São nesses locais que cada vez mais se criam lojas específicas, lojas de recheio rigoroso para um público igualmente rigoroso.
Os bares são cada vez mais exigentes, as tasquinhas cada vez mais emblemáticas, os restaurantes mais aconchegantes.
O movimento nocturno que neles habita, difere-se das visitas ao longo do dia, fazendo com que os bairros estejam povoados quase que vinte e quatro horas por dia, sempre com uma diversidade enorme nas suas calçadas.

O café Brasileira que delimita um desses bairros, é um exemplo acolhedor. Imparável no seu serviço, beleza na decoração e a força que possui é inexplicavelmente muito bem aceite e recolhida por quem a visita.
É por esta força e pela vontade de descobrir novas emoções, novos recantos escondidos, que Lisboa se torna especial, diferente.
Apesar de toda uma confusão gerada em seu redor, todo um stress nela incluída, há instantes saudáveis e bastante aprazíveis.

Descubram a cidade escondida de Lisboa!

Vitor Pinto

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