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Crónicas

Novembro 2012


Crónica de Novembro

Ainda debaixo de muitas chuvas, a procura sonora continua a recair por sons mais calmos, perfeitos, sombrios e inspiradores... Em tons de vermelho e preto, o disco “Antologia” dos Madredeus parece chamar por mim. Sem demoras a 'O Pastor' arranca em grande força e a perfeição auditiva começa ao sabor da chuva que cai. Depois, todos os grandes temas se desenrolam e fazem deslumbrar uma época de ouro para a musica portuguesa quando os lisboetas mantinham e sua formação original comandada pela dupla Teresa Salgueiro e Pedro Ayres Magalhães. Época esta que acompanhei ao vivo por duas vezes ao vivo. Num pavilhão coberto na cidade da Maia a rebentar pelas costuras e num contexto completamente distinto, no encerramento do mítico festival Vilar de Mouros, acabadinho de regressar ao activo em 1996, onde para além dos Madredeus, os Young Gods, Pato Banton, Danças Ocultas, The Stone Roses, Primitive Reason, ou Freakpower, preencheram um cartaz que ficou na nossa memoria para sempre (falo por mim). 'Haja o que Houver', estes Madredeus continuam aqui, para sempre.

Um passo em frente e o regresso do grande Bob Dylan é feito com um apelativo registo neste final de ano. “Tempest” tem sabor, tem ritmo, tem o blues que Dylan ao longo dos anos nos ensinou a adorar... Varias audições foram elaboradas e todas elas acabaram em feliz final, com os 14 minutos do ultimo tema que dá nome ao novo disco de Bob Dylan. Perfeito e viciante. Disco este que também serviu para avivar a memoria para mais um Festival Vilar de Mouros, este uns bons anos mais tarde (2004) do que o que suportou o concerto de Madredeus, com Dylan debaixo de um enorme chapéu 'Cowboy' sempre ao piano mas sempre com uma enorme postura. O senhor continua em grande forma.

Outra grande descoberta desta semana foi o registo “Mumps,etc” dos norte-americanos Why?. Um disco que apela à calma mas ao mesmo tempo transporta consigo, uma enorme força nas palavras e nos sentidos. A navegar pela magia de um hip hop alternativo e melodioso não agressivo, os Why? Conseguem cativar os ouvidos mais atentos com temas singulares como 'Strawberries' por exemplo. Muito bom. Para descobrir e desfrutar ao máximo.

Para aquecer um pouco este final, fica o novo registo do germânico Alexander Ridha sobre o grandioso nome de Boys Noize. Um grande regresso para as movimentações mais dançantes. “Out of the Black” traz consigo o habitual electro a rondar a magia do dubstep, e traz os ritmos imparáveis que Boys Noize bem gosta de nos oferecer. A fechar esta obra dançante, uma aparição pouco provável... Snoop Dog entra de fininho e sai em grande num tema que deixa tranquilidade. Depois de tantas batidas endiabradas, 'Got it' fecha este álbum que vai aquecer da melhor forma o Inverno frio que ai vem.


Vitor Pinto - Outubro 2012


Vitor Pinto escreve on-line às terças feiras.


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