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Crónicas

Novembro 2012


Crónica quentes e boas

Esta semana chamo-lhe a cronica quentes e boas... A fazer lembrar as belas das castanhas assadas nos fogareiros moveis das ruas de Outono. Um prazer que só nos é oferecido nesta altura do ano e nos convida a renovar, arrumar projectos e ouvir coisas novas...
Em nova busca auditiva, encontrei um nome que me fez saltar a curiosidade. Vindos de terras francesas os Melodys Echo Chamber apresentam um som encantador da escola 4AD, mas não novo. A voz melodiosa de Parisian Melody Prochet é divina e encanta. Há aqui salpicos de prazer a fazer lembrar uns Cocteau Twins ou uns saudosos The Crannes. A voz de Alison Shaw é aqui trazida à lembrança e a mim fez-me viajar no tempo e parar no Festival de Arcos de Valdevez no ano de 2000, onde os The Crannes deixaram marcas e perfume neste festival ímpar. Um encanto foi deixado em palco com esta deliciosa presença, a contrastar com os suores quentes dos Delta 72, dos Bentley Rhythm Ace, The Fall, Death In Vegas, Troggs ou do experimentalismo sónico dos germânicos Einsturzende Neubauten... Festival que se tornou num mito, onde Mário Cesarine foi por diversas vezes aclamado e onde os Primal Scream, anunciados como cabeças de cartaz, deixaram Bobby Gillespie na Escócia, estando todos os outros elementos em Arcos de Valdevez. Um festival surreal que foi aqui evocado devido à audição de “Melodys Echo Chamber”o álbum homónimo da banda francesa. Que bom!

Mas nem só as novidades acompanham as castanhas e por falar nos Cocteau Twins e na Escócia... Sobre uma enorme chuva lá fora, encontro o chamado “Best of” dos escoceses. E que escolha acertada. A voz doce de Elizabeth Fraser sobre um baixo que desperta os sentidos, faz-me viajar uns bons anos atrás e a combinação não podia ser a melhor... Muito bom recordar estes temas tão inspiradores e tão perfeitos. Com a sede a audição aos discos “Garlands”, “Treasure” e “Victorialand” vai ser evidente para continuar a sonhar e criar assim mais inspirações positivas. E o meio de tantos regressos, porque não mais um?

Embalados para o final do ano, e a febre das lista dos melhores discos de 2012 já levanta fervura. A revista britânica Q, já moveu os seus prémios e atribuiu o melhor álbum do ano para “The Bravest Man in the Universe” do senhor Robert Dwayne Womack, ou se preferirem, Bobby Womack. Se ele se auto intitula como o mais bravo senhor do universo, ainda não sei, mas sei que este registo é uma pérola que apareceu no universo nos últimos tempos. Sem duvida alguma. Womack que recentemente apareceu em dose dupla com os Gorillaz nos álbuns “Plastic Beach” e “The Fall” e agora deixa meio mundo maravilhado com este conjunto de onze belos temas ora aromatizados pela calmaria da Soul, ora pelos temas que puxam pela maquina dançante que temos secretamente dentro de cada um de nós. Para ajudar à perfeição deste grande álbum três nomes gigantes são puxados para o barco... Fatoumata Diawara, o eterno Gil Scott-Heron (R.I.P.) e nada mais nada menos que a nova diva Lana Del Rey. Lana Del Rey que faz parte dos planos para fazer parte integral e total do próximo disco de Womack, depois desta delicia musical ser bem digerida. Aguardaremos pela próxima bomba.


Vitor Pinto - Outubro 2012


Vitor Pinto escreve on-line às terças feiras.


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