Bandas/Discos | Crónicas | Livros | Eventos | DJ7 | Links | Apoios | Home


Mais Crónicas Fenther

Crónicas
Agosto 2007

Crónica de Ana Sousa!



Caminhada nas Lagoas de Ponte de Lima

As sete da manha, ao pé do mar e à sombra, já estavam 22º.
Começamos a ver que o dia para a caminhada em Ponte de Lima não tinha sido muito bem escolhido, mas lá fomos carregados de água e com pastas de protector no corpo. Afinal de contas era uma caminhada à volta das Lagoas, o que significa frescura… Achávamos nós!

A caminhada foi organizada pelo Centro de Interpretação Ambiental da Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos. Aproximadamente 12km para serem feitos, com um guia, em 6 horas.
À partida eu diria que é uma caminhada super fácil de realizar. O trajecto é sempre plano e as 6 horas incluem várias pausas. Para quem costuma caminhar, sabe que 12 km se faz, em passo certinho e sem pressas, em aproximadamente 2 horas e meia, 3 horas no máximo.

Mas as coisas não correram como prevíamos, primeiro porque estava um calor infernal, depois porque 80% da caminhada foi “à chapa” do sol e por fim porque a caminhada não se fez a um passo certinho. Iniciamos a caminhar às 10h, foi-nos apresentado o Guia do Centro de Interpretação Ambiental, que era bastante inexperiente, mas sempre nos foi dando algumas informações sobre os locais onde passávamos. Começamos por ver o mapa dos sítios por onde íamos passar e por conhecer melhor o grupo em que nos integrávamos.
Era um grupo de 40 pessoas com idades bastantes díspares e de experiência em caminhadas também muito pouco homogénea, mas todos de uma simpatia e companheirismo inigualável. Havia também o Alfa, um Labrador, muito afável, que foi o elemento do grupo que mais aproveitou a caminhada porque estava sempre enfiadinho na água…

Logo nos primeiros 3km nos apercebemos que ia ser um trajecto difícil não só por causa do calor, mas porque não seguimos por caminhos de pinhal, mas sim por alcatrão, inclusive zonas de acesso à auto-estrada e rotundas com algum movimento, o que não é nada agradável… O grupo foi-se dispersando ao longo da caminhada. Havia pessoas que não aguentavam o ritmo lento do guia e que foram avançando sozinhas, dado que o trajecto estava muito bem assinalado e não havia maneira de nos perdermos.
Passamos por sítios engraçados, como campos enormes de girassóis, pelo meio do milho, e por caminhos ao pé de riachos impecavelmente limpos. Mas o que valeu da caminhada e o que fica para recordação positiva é um percurso de aproximadamente 2 km sempre pelo meio da floresta e por cima de um pântano, em passadiços inteligentemente criados. Um caminho muito fresco e lindo. Dava a sensação de estarmos na selva amazónica (apesar de eu nunca lá ter estado! Eheh Mas imagino! ).

Nesse pântano, foi-nos explicado que, vive uma espécie em vias de extinção e protegida que é a rã ibérica, uma rã vermelha que, infelizmente, não vimos. Talvez por não sabermos bem ao certo o lugar onde costumam estar e por não termos esperado pela explicação do guia que com certeza nos podia dar mais informações.
Depois de sair desse paraíso de sombra, ainda nos faltava cerca de 5 km para o fim. Todo o resto do caminho foi ao sol. Eram 12h30. Estavam cerca de 34º. Esperamos pelo guia. Ele levou-nos a um pinhal muito fresquinho para comermos e ganhar novas energias.
Depois de descansar o suficiente, não esperamos pelo guia e continuamos sozinhos a caminhada, os 4 km restantes e os mais dolorosos. 1,5 km pela estrada nacional ao sol, 1,5 por uma estrada de aldeia em alcatrão ao sol e 1km por sombra.
Quando vimos o carro e o seu ar condicionada, eram 14h, nem acreditávamos que já tinha acabado…

Valeu para conhecer esta zona protegida e muito bonita. Valeu pelo pântano e os 2 km no passadiço e valeu pelo convívio… Mas nunca mais a voltaria a fazer com um guia nem num dia de verão.
Vale a pena passarem por lá para conhecerem. Este era dos 4 percursos existentes, o mais longo. Existem percursos de 1,5 km, 4 km, etc… para todos os gostos…
Experimentem num dia de Primavera, ou Outono … não necessitam de guia. Basta chegarem ao Centro de Interpretação Ambiental, que está bem sinalizado e começarem a caminhada que pretenderem. Estão muito bem indicadas e não correm o risco de se perderem.
Eu vou voltar, lá para Outubro, com amigos e família, para fazer os outros percursos!

Ana Sousa





Mais Crónicas Fenther