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Edições ao telescópio...

Transporte de Animais Vivos! A editora que se sente...

A Transporte de Animais Vivos acaba de nascer, e com o parto, aparecem quatro deliciosos momentos discográficos.

Editora fundada em V.N. Famalicão pelas mãos de Jorge Reis-Sá, a Transporte apareceu com uma fornada apetitosa mesmo no final de 2006.
The Partisan Seed, Luis Ribeiro, Electric Willow e Adolfo Luxúria Canibal com António Rafael, são os nomes que se cruzam na apresentação ao publico desta quadrupla edição e que passará naturalmente pelos palcos nacionais. Para já, o Theatro Circo em Braga será uma prioridade.

Jorge Reis-Sá, abriu um espaço para a edição sonora, no seu centro de leitura "Do Impensável - Projecto de Atitudes Culturais". Depois da "Quasi Edições" e da "Editorial Magnólia" dedicadas á edição de livros, surge agora uma potencial editora discográfica no meio alternativo nacional. Uma editora anti-est ética!

Trata-se de um complemento sonoro da "Quasi", um irmão mais novo que nos é apresentado agora em 4 edições. Há já muito tempo que a ideia estava viva, mas nunca foi intenção da editora, por cá fora apenas um disco no arranque. Assim, quatro óptimos e distintos momentos, editados em caixas diferentes, redondas, intituladas de "super jewel box"...



Luis Ribeiro - «Red Shoes»

Envolvencias de um som caracteristico vinilico. Solta-se um ruido agradavel e é feita a conversão analógica do tempo com o espaço. Criam-se imagens silênciosas que se vão movimentando a cada impulso.
Violinos eufóricos que se cruzam e dão côr ao ruído agradável. Sons estes que foram imaginados para a peça «Red Shoes», que marcou uma temporada na Casa das Artes em V.N. Famalicão, sob a concepção de Paulo Brandão.

Aqui Luis Ribeiro (sUBMARINe), evoca em 4 espaços distintos, a magia do movimento dançante numa banda sonora experimental.
Num segundo andamento o mist ério sonoro parece querer desvendar segredos. Há suspence em cada momento e tende em agravar a emoção. Entramos num ritmo hipnotizante perfeito. Os tambores rufam em decadência, at é atingirem um novo nivel, onde espiritos ganham vida e fazem-se ouvir por entre batidas tribais enlouquecidas. De novo o convite á dança!

Repouso reflectido no andamento final. Refresca-se a alma com um salpicar na água, at é que a voz se sente e se ouve na narrativa de António Durães, enquanto a água se arrasta pelo rosto molhado.
"Quem bate? Entre! Aqui já não há mais ningu ém!" . As vozes dos anjos aparecem do nada e respiram os momentos saudaveis deste disco.
«Red Shoes» merece não ficar no esquecimento.



The Partisan Seed - «Visions of Solitary Branches»
Electric Willow - «Mood Swing»

Pelas mãos da HoneySound (www.honeysound.com), chegam-nos dois nomes, apresentados já anteriormente em formato promo. Trata-se de dois grandes registos que agora saboriamos e que são para consumir sem risco de efeitos secundários.
The Partisan Seed, o projecto solitário de Filipe Miranda (Kafka e Interm Ission), faz-nos caminhar calmamente pelas palavras sinceras e por entre as cordas que se soltam da guitarra quase que enfeitiçada. Oferençam-lhe vontade, ele vos dará alegria sentimental. Assim é ao longo dos 14 temas, onde existe pureza nas palavras de Filipe Miranda. Indiscritivel! Oiçam-o! Estamos perante a banda sonora perfeita de uma tarde de Outono ou de uma manha de Primavera...
Um toque vocal feminino é adicionado em "Lee, 1997" e a paixão, se ainda duvidosa, dissipa-se dando lugar á certeza! Orgulhamo-nos desse sentimento emitido neste disco que temos em mãos.
O telefone toca... Algu ém, em chinelos suaves, vai atender. Ai vem mais uma dose melódica de inspiração. Respirem fundo!
"Did a Gun Give You a Name?" o single perfeito para este trabalho onde The Partisan Seed se afirma com «Visions of Solitary Branches», deixando assim, Filipe Miranda e quem o acompanha, no topo da provocação sentimental.
Silêncio que se quebra assim...

XXXXXXX

Do deserto dos sonhos, aterramos em terra firme.
Dos salpicos ainda oriundos dos extintos Caffeine, aparecem os Electric Willow. Logo na abertura do registo de estreia, "Ready", o tema que se apresentou pr éviamente, e que nos trás á memória a própria sonoridade já descoberta pelos Caffeine. Sem dúvida um tema vincante este, logo na abertura de «Mood Swing».
A novidade agora é a direcção tomada por este trio (guitarra, Baixo e Bateria). Caminhos bem mais assentes, realistas garantindo a força da canção. Para tal pediram ajudam a grandes senhores da pureza musical: Bob Dylan, Neil Young, Lou Reed e Iggy Pop e os seus The Stooges. Todos marcaram presença em "Rock and Roll Song". Notável sem dúvida!
No discorrer do disco, é recriado um ambiente simpático de bar Texano, onde o Whiskey serve de companhia e nos aconselha nos longos finais de tarde quentes.
Para se ouvir sem dividas ou duvidas. Simpáticamente deixem-se embalar.







Adolfo Luxúria Canibal + António Rafael - «Estilhaços»

Adolfo Luxúria Canibal, cavernoso como sempre, autêntico nas palavras, excentrico nos momentos mais trágicos.
«Estilhaços», é a comemoração de um momento criado ao vivo, na apresentação ao vivo do livro "Estilhaços", nas Quintas de Leitura no Teatro Campo Alegre no Porto. Os textos lidos na perfeição em formato "Spoken Word" por Adolfo, esse monumento humano de grandeza, vocalista dos Mão Morta e Mecanosphere. A seu lado, um companheiro de viagem musical... António Rafael, nas programações, a criar o toque musical por entre as sensações da palavra.
"Estilhaços" percorreu o país e a Europa. Imortaliza-se agora em disco. Para que todos possam sentir em 7 temas, a força da vontade de estória perfeitamente bem contadas. "Braga, Meu Amor", a "trip" envolvente de loucura, o espelho de uma noite por viver.
Um disco para consumir, consumir, e consumir...

Vitor Pinto

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