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Edições ao telescópio...

Old Jerusalem – «The Temple Bell»

Aos 29 anos de idade, Francisco Silva conquista finalmente o estatuto frontal de cantautor em Portugal. Conquista um lugar bem confortável na representação nacional fora de portas, dentro da folk contemporânea, fazendo frente aos “songwriters” de topo.
Tudo isto, com o sabor de três excelentes discos editados.

Assim sendo, calmamente somos envolvidos no terceiro álbum, agora editado. O regresso de Old Jerusalem com o confortável «The Temple Bell». Com ele, a mesma química, o mesmo poder da canção, o mesmo encanto, a mesma glória no final de cada audição.
Ao trabalho e á sabedoria já utilizada nas aventuras de Old Jerusalem, juntam-se convidados, que pela primeira vez, tem intervenções próprias nos temas, ao contrário dos anteriores registos onde os músicos convidados acompanhavam o que já estaria previamente alinhado.
Aqui, esses músicos desvendam-se por completo, e o resultado… Onze bonitas canções, como o próprio Francisco faz questão de as definir. Som perfeito nas melodias, musica recheada de cores sonoras.
Ana Figueiras dá o devido acompanhamento logo no início em “Her Scarf”. O toque feminino que deixa os temas em ponto rebuçado! Sente-se logo depois a bateria de Pedro Oliveira em “Dayspring (go to sleep, now)” e durante todo o disco, há um novo encanto criado pelo ritmo da precursão. A partir daqui, não há retorno possível. É quase impossível parar. Tudo porque este disco trás consigo a calma da felicidade. “Porque não ficar com ele para sempre na recordação dos sentimentos?”

Com “Ruler of My Heart” há um toque extremo de vontade de cantarolar e memorizar este curto tema como banda sonora de uma aventura suave mas interventiva.
Chegando a “Boxes”, é descoberto um novo encanto, o pulsar dos dedos de Sónia Amorim no violoncelo. “Arts Center” com todo o seu belíssimo contexto de melodia viciante, o sentimento de uma guitarra solta que parece falar, e com tudo isso, fantasias ilustram-se uma vez mais em “Summer of Some Odd Year”. “Love & Cows” traz o prazer da união com a palavra crua e sentida na pureza dos instrumentos que se criam na perfeição. Fabuloso!
A produção deste trabalho ficou uma vez mais a cargo do amigo, o mestre Paulo Miranda dos Estúdios AMP em Viana do Castelo e a edição não faria sentido se não tivesse a marca de água da Editora Bor_Land!
«The Temple Bell» arrisca-se a ser um dos grandes discos do ano, com Old Jerusalem a manter assim a fórmula de compor grandes discos. Cada tiro…

Vítor Pinto

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