fenther@gmail.com         FENTHER      


Vodafone Paredes de Coura 2024

Foto: Hugo Lima - Vodafone Paredes de Coura 2024


O Vodafone Paredes de Coura na sua 31ª edição arrancou com Milhanas e Samuel Úria no primeiro Vodafone Music Sessions que aconteceu na área de lazer de Casaldate e terminou no palco Jazz na Relva na manhã do “Day-After” com as Noise Dolls Club e com Tiago Covas… Foi o derradeiro momento para dizer dizer: “Obrigado Coura! Até para o ano entre 13 e 16 de agosto!”.

Pelo meio ficaram dezenas de horas de musica, inúmeros mergulhos no rio Taboão, intensos convívios no campismo, na praia fluvial, nas incansáveis subidas à Vila… Tudo isto é Amor. Tudo isto é Coura!
As bandas em cima do palco apesar de importantes, passam quase a segundo plano nesta semana única. Já há procura de bilhetes, procura de boleias, procura de companhias, procura de estadias nas redondezas para 2025… tudo isto a acontecer na manhã do dia seguinte, mesmo sem se saber um único nome para a próxima edição… Isto é único! A magia acontece neste espaço perfeito que junta a natureza e a música.

Música essa que arrancou na Vila de Paredes de Coura como forma de aquecimento no Sobe à Vila e depois desceu ao seu “habitat natural” para preencher as tardes e noites dos intensos 4 dias de festival.
Tardes que receberam a novidade dos momentos “Sair da Sombra” com ilustres convidados no Palco Jazz na Relva como Adolfo Luxúria Canibal, Valter Hugo Mãe, Vanessa Augusto ou o fotografo Alfredo Cunha para apresentar o seu livro de imagens captadas em Paredes de Coura ao longo dos anos. No mesmo palco passaram os momentos sonoros de Vivax, ACID ACID, Bardino, MaZela entre outros tantos nomes da leveza sonoridade nacional.

Música portuguesa que esteve uma vez mais, muito bem representada, com magnificas atuações dos First Breath After Coma a abrir o palco principal da edição 31 do festival com um palco preenchido com os músicos da banda de Mateus, Wolf Manhattan sempre irreverente a inaugurar o palco secundário, 800 Gondomar “pescados” à última hora devido à desistência por motivos de saúde de um dos elementos dos Bar Italia, Quadra a fazer dançar e brilhar os presentes no anfiteatro natural, Moonshiners criativos, Slow J que teve a sua primeira aparição um pouco fria e desenquadrada no festival minhoto a fechar o palco principal no segundo dia, Branko trouxe de volta a dança ao final da tarde quente, Conferência Inferno e Benjamim com momentos intensos e de entrega espiritual, Valter Lobo a abrir e Moullinex com GPU Panic a fechar o dia e o festival neste espaço, com uma interessante e original atuação no meio do publico num palco 360º. Brilhante!
Valter Lobo que também fez parte das Vodafone Music Sessions bem com os Nouvelle Vague que tiveram uma aparição na Casa Grande de Paredes de Coura e o duo londrino Joy (Anonymous) presentes durante a tarde nas margens do Taboão. Único!

Os restantes momentos para mais tarde recordar, foram os regressos intensos de L’Impératrice com uma entrega pura e brilhante entre banda e público, e os IDLES com “Tangk” em cima da mesa numa adoração intensa no recinto. Glass Beams em momentos envolventes, era exigido mais de André 3000, Sleater-Kinney, Cat Power ou Jesus and Mary Chain, tamanha era a ansiedade e curiosidade. Mas conseguiram entregar os seus momentos criativos a quem realmente os quis receber. O rock dançante fez estragos bastante interessantes com Sprints e Tramhaus, Protomartyr numa majestosa e interessante atuação, as danças das animadas Los Bitchos, Girl in Red soube agarrar intensamente o publico no palco principal com uma atuação de encher a vista, Baxter Dury, um senhor em palco e Fontaines D.C. a confirmar que são uma enorme banda e que vão ser ainda maiores… O carimbo de Coura está cravado!
Vêmo-nos em 2025? Pois claro que sim!

Foto: André Ferreira, Vodafone - Milhanas e Samuel Úria


Foto: Hugo Lima - Vodafone Paredes de Coura 2024


Foto: Hugo Lima - Glass Beams


Foto: Hugo Lima - Killer Mike


Foto: Hugo Lima - Gilsons


Foto: Hugo Lima - Joy (Anonymous)


Foto: Hugo Lima - L'Impératrice


Foto: Hugo Lima - Slow J


Foto: Hugo Lima - IDLES



www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2024


Rock no Rio Febras 2024

Inicialmente designado por “Rock in Rio Febras”, passou a “Rock no Rio Febras”, após controvérsia gerada, pelo “Rock in Rio” em 2023 , por alegar, que esta semelhança, poderia gerar dúvidas ao público!...

Felizmente este “problema”, funcionou como excelente divulgação do Festival, que viu a lotação esgotada em 2023 e este ano, mesmo em novo espaço e com dimensão aumentada, para mais do dobro da capacidade, esgotou novamente e desta vez com mais de 10 mil espetadores, tendo sido muitos ainda, os que ficaram de fora!!!

Este Festival é gratuito, mas com reserva de bilhete, obrigatória!
Tem uma missão 100% solidária e o mote é:
"Briteiros é o sítio, Solidariedade é o motivo, e o Rock, o sentimento".

Na 1ª edição contribuíram, para a abertura do Centro de Dia da Casa do Povo de Briteiros e apoiam todas as restantes valências sociais da terra.
Este ano, conseguiram angariar mais de metade dos 85 mil euros necessários, para a aquisição do terreno, para a construção do Lar de Idosos!!!...

O cartaz contou com: Sala 7; Mustang, Zebra Libra, The Imploding Stars, The Legendary Tigerman e The Subways (estreia em Portugal)

Não consegui assistir às duas primeiras bandas, mas vi: "Zebra Libra": atitude e música interessante, mas não fiquei rendida, "The Imploding Stars"; foram uma bela descoberta, um rock instrumental, prova de que, os instrumentos enchem um palco, sem se sentir falta da voz!

Seguiu-se “The Legendary Tigerman”; desde o tempo como "one man band", venha ele como vier, é só talento naquele palco! Também é pessoa, que sabe escolher muito bem, as companhias e mostrar que, o Rock está bem vivo... é impossível, estar parada num concerto dele!

Para encerrar, os "The Subways", banda britânica da qual conhecia poucas músicas, a destacar a "Be mine Rock n Roll Queen", gostei do concerto, a baixista então, tinha uma garra e geníca, incríveis e o público manteve a sintonia com que já estava no concerto anterior. Foi uma hora e pouco de uma bela experiência e união!!!

Como disse Paulo Furtado (The Legendary Tigerman), após questionar aquando a sua inclusão no público, o importante na vida, não é só Amor, Música, Saúde... importante é "Empatia", o colocarmo-nos no lugar do outro!!!
...infelizmente algo, que considero que ainda nos falta tanto. Tendemos a não tentar ver, o lado do outro e ainda a julgar, que temos sempre tempo, quando na realidade "a vida são 2 dias" e um deles, literalmente já passou!...

Se me derem música, Rock se possível 😉, Natureza e boa companhia: eu estarei Feliz!!

Ali consegui usufruir de: tudo isso e ainda observar as libelinhas, os pássaros e à noite até as estrelas estavam bem visíveis no céu!

Para além do “espirito”, também podemos alimentar o corpo e as bifanas estavam ótimas!!!

Ao #ROCKNORIOFEBRAS, deixo os meus parabéns, e desejo que mantenham o espírito, o motivo: "Solidariedade " e não percam a essência e genuinidade, deste festival.
Festivais "grandes", já há muitos!!

Aspeto a melhorar, a questão da água, na zona dos WC's!...

...

E termino a citar novamente The Legendary Tigerman: "True love will find you in the end" e se possível que venha sempre acompanhado de boa música!!!

Maria João de Sousa

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2024


Primavera Sound Porto 2024

O Primavera Sound Porto aconteceu uma vez mais em grande no coração da cidade do Porto. Toda a magia e toda a experiência da música ao vivo, superou todos e quaisqueres incomodos causados, fosse pelos cancelamentos fosse pela chuva, que teimosamente, teima em não largar este festival primaveril.

A próxima edição já está agendada e a ser programada. no coração e nas memorias desta edição, ainda palpitam os grandiosos concertos de PJ Harvey, dos eternos The National, Lana del Rey com todo o seu encanto, Royel Otis com uma apresentação deliciosa e sedutora, Ana Lua Caiano a conquistar, MAQUINA. a confirmar, Mannequin Pussy a fazer estragos saudáveis ao lado de The Legendary Tigerman e de Amyl and the Sniffers, o poder de Mitski e de Gel, a saudação gloriosa dos Pulp ou a dança dos Expresso Transatlântico e de Mandy, Indiana...

Mais uma edição que fez mexer a música e as emoções fortes dos momentos únicos criados no mais belo local da cidade do Porto e onde os Shellac foram bastante felizes... e nós também.

1º DIA

_________________________

Fotos: Hugo Lima


2º DIA

_________________________

Fotos: Hugo Lima



3º DIA

_________________________

Fotos: Hugo Lima




www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2024

O Salgado fez anos... fest! 2024

O Salgado fez anos uma vez mais. Ao que parece, faz todos os anos. E para que não bastasse, traz para a sua festa de aniversários, centenas de pessoas, dj´s e muitas bandas e artistas. Tudo sinônimo de paixão pela musica, de larga experiência no mundo do espectáculo e da performance. O resultado? Um festão! Animação e muita música numa noite que se torna sempre memorável e inesquecível.

O Gajo sozinho em “palco” deu um concerto gigante na abertura da noite. Um dos melhores da noite! No outro palco, Os Overdoses já aqueciam a sala do Maus Hábitos intensamente. Pelo meio, na sala mais fechada e reduzida, Aquele Gajo que vocês já sabem quem é, ou seja, Samuel Úrial marcou a sua presença anual no certame.
Depois foi um desenrolar de emoções sonoras com a beleza de Ana Lua Caiano, a sedução dos Tormenta (Filho da Mãe e Ricardo Martins) aqui no Porto em formato trio, a vibração dançante com Nel Monteiro num bailarico alternativo e o poder intenso de Cobrafuma! Que mais se poderia pedir nesta festa? As emoções do palco ao lado com certeza.

E que emoções energéticas se sentiram no 4º andar deste mítico edifício da rua Passos Manuel. A intensidade dos Brorlab, Ideal Victim a conquistar, as sinergias saudáveis dos Hetta e Maquina. mais do que oleada, a fazer rebentar com todas as reservas energéticas que ainda haviam nesta noite. Ninguém ficou indiferente, ninguém parou e a festa estava mais do que conquistada. Ainda houve forças para dançar ao som das duplas The Ema Thomas e Noise Dolls Club com muito Rock, Punk, Stoner, Industrial, Electro, e afins…

A prenda estava dada ao aniversariante. Ou será que foi ao contrario? Parabéns Salgado!★

Vitor Pinto

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2024


Imagens @ Ana Fernandes

King John no Tokyo em Lisboa


King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados
@ 2023













King John @ Ana Fernandes

King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes
King John @ Ana Fernandes

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados
@ 2023













Imagens @ Ana Fernandes

Slander Tongue no Village Underground em Lisboa


Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

Slander Tongue @ Ana Fernandes

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados
@ 2023













Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes
Slander Tongue @ Ana Fernandes

Festival do Crato 2023

O Festival na pacata vila do Crato no coração do alto alentejo não poderia terminar da melhor forma… Em plena festa. E que festa foi.
Depois de uma longa semana de artesanato, gastronomia e muita música, o derradeiro final foi abençoado pela presença de Pedro Mafama, Ana Moura e dos britânicos Editors.

Diretamente de Birmingham, a banda de Tom Smith trouxe ao Crato o recente EBM, mas com ele, duas mãos cheias de temas que marcam a larga carreira dos Editors.
“An End Has a Start”, “Bones” ou “Munich” são alguns desses temas que brilharam por entre os recentes “Strange Intimacy”, “Strawberry Lemonade”, “Picturesque” ou “Karma Climb”. A boa disposição que a banda trouxe ao palco aliada às danças frenéticas do front man Tom Smith, mostraram neste regresso a Portugal, que a banda continua em grande forma e que estão num grande momento de entrega com o publico e as canções mais dançáveis. Antes da despedida, a versão “Killer” de Adamski vincou ainda mais essa entrega e “Papillon” fechou com grande estrondo a porta dos Editors, porta essa que acabou por ficar entreaberta e onde se lia claramente “Até breve”! Assim esperamos.

Grande parte do publico presente no Crato nesta noite, também esperava ansiosamente pela presença da Ana Moura que apareceu, encantou, seduziu e brilhou…
As portas da Casa Guilhermina foram abertas e o palco tornou-se demasiado pequeno para a grandeza de Ana Moura. Os quatro dançarinos que acompanham a fadista, foram soberbos, dando ainda mais brilho e emoção às palavras e encantos que Ana Moura expressava em “Andorinhas”, Mázia” com a presença do convidado Paulo Flores ou na perfeita canção “Agarra em Mim” onde o seu companheiro a acompanhou em palco em momentos de sedução e lágrima no olho. Marcante a presença de Pedro Mafama em palco.
Por entre inúmeros momentos de estórias, palavras soltas e fados solitários, foi ainda apresentada uma nova versão de “Desfado”, tal como “Mázia” apareceu novamente no Crato, numa nova versão bem mais dançante, com os dançarinos e a própria Ana Moura em momento festivo para terminar em beleza.

No inicio da noite o baile começou com toda a festa que Pedro Mafama trouxe para o Crato. “O Baile Vai Começar” abriu o concerto, tal como abre o segundo registo Estava No Abismo Mas Dei Um Passo Em Frente editado em maio último.
A boa disposição e alegria foi colocada em palco durante a atuação do lisboeta que visitou também o seu primeiro album Por Este Rio Abaixo. De lá vincamos “Lacrau” e “Estaleiro” como os momentos mais sérios e delicados da noite. Depois foi só despejar beijinhos entre a “Marcha Bonita”, “Golo!”, “Estrada” e o já clássico “Preço Certo”, sendo este o verdadeiro momento do último dia do Festival do Crato… Toda a gente queria bailar e “mandar beijinhos lá para casa…”. Uma excelente presença de Pedro Mafama em palco, a mostrar que é um verdadeiro entertainment capaz de fazer bailar e encantar com as suas animadas musicas e louváveis letras. Um senhor no Crato.★

Vitor Pinto


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023


Imagens @ Crato 2023

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2023

Vodafone Paredes de Coura 2023

Vodafone Paredes de Coura 2023 chegou e venceu, tal como o tem feito há 30 anos no coração do Minho.

Esta edição comemorativa foi especial, como todas as outras o foram… cada movimento, cada sensação, cada emoção nas margens do rio Taboão é especial. E será assim ao longo dos próximos anos… Enquanto a Ritmos nos oferecer as condições perfeitas para um festiva perfeito, seremos felizes. Muito felizes…

Foram quatro dias intensos de muito amor, música e bem estar partilhados entre o campismo impar, os míticos mergulhos no rio, o perfeito bem estar relaxado na relva que serve de cenário para o pequeno palco que se torna gigante com as propostas sonoras do Jazz na Relva, como foi o caso de Raquel Martins, mutu, Quase Nicolau ou dos irreverentes Du Nothin com um rock revestido de blues e com muita boa disposição pelo meio. Mas este palco não serve pra relaxar e carregar energias para mais um dia intenso de concertos? Durante mais de uma hora de concerto dos Du Nothin isso não foi possível felizmente!

No recinto onde encontramos o anfiteatro natural da música, fomos invadidos por interessante bandas em palco, confirmações e desejadas memórias reativadas… No palco menor, o Yorn, que abria e fechava cada dia do Vodafone Paredes de Coura, foram sentidas provocações sonoras e movimentos sentimentais.
Tudo começou com uma intensa e saudável prestação dos nacionais Evols, seguindo-se os Italianos Calibro 35, que em formato surpresa, entre sons hipnotizastes, nos levaram a viajar neste percurso que se adivinhava longo. Depois foi um desfilar de variadíssimos estilos e fontes de inspiração… Acusamos emoções ao ouvir o som interventivo da Garota Não ou do teenage rock dos Julie, a simpatia de Snail Mail, os ritmos selvagens de Sudan Archives numa perfeita prestação visual e sonora, o electro gótico dos Desire, a surpresa encantadora dos Expresso Transatlântico, a irreverência dos Maquina (requisitados em cima da hora devido ao cancelamento dos the Last Dinner Party), a sedução dos indignu, nova surpresa em Yin Yin, o grande momento deste palco com Les Savy Fav a fazer a festa pura e irreverente ou o honorário Nuno Lopes que uma vez mais e tão simplesmente, fez a festa desejada.

Como se não bastasse, a tudo isto, ainda havia palco principal, o palco Vodafone que nos encheu a alma de amor e música!

A abrir o festival estiveram os Dry Cleaning com os registos “Sweet Princess EP”, “New Long Leg” e “ Stumpwork” em cima da mesa. E tão bom que foi este regresso, um ano depois, dos britânicos a Portugal. Sorrisos e emoções, mais do que o habitual, por parte de Florence Shaw e o poder sonoro e intenso de Tom Dowse, Lewis Maynard e Nick Buxton. Delicioso!
Depois… foi um desfilar de mais e mais sentimentos… Yo La Tengo a mostrar que ainda estão bem no ativo com a sua qualidade sonora. O mesmo se aplicou aos excêntricos The Brian Jonestown Massacre. Poderoso Frank Carter de regresso a Paredes de Coura agora com os Rattlesnakes a construir aquele que foi o primeiro Mosh Pit feminino numa encosta a uma quarta feira à noite! Outro grande regresso foi o dos The Walkmen. Após 10 anos de paragem estão como o Vinho do Porto… Jessie Ware aqueceu a pista de dança, principalmente depois de versão feita a “Believe” de Cher culminando com a presença da dupla Bicep em palco. A excentricidade de Fever Ray e a coragem de Tim Bernardes e de Lorde de enfrentarem uma imensa multidão sozinhos em palco. Houve magia em Paredes de Coura, uma vez mais…
Loyle Carner depois de passar o dia inteiro nas margens do Taboão, apareceu em palco, enérgico e muito bem disposto, tal como Lee Fields que evocou todas as almas para palco e as distribuiu pelo anfiteatro natural da música. Belíssimos os momentos. Little Simz repetiu a proeza feita no Primavera Sound no Porto, tal como os Sleaford Mods, embora estes perdessem bastante por estarem sobre um palco gigante para a sua performance, mas ainda assim, Andrew Fearn deu bem uso ao palco com as suas manobras de aeróbia flutuantes. A flutuar também nos deixaram os Explosions in the Sky como seria de esperar, Black Midi a merecer a total devoção por parte do publico tal como aconteceu com Wilco num registo totalmente diferente mas igualmente intenso e perfeito.

E assim foi… Perfeita a 30ª edição do Paredes de Coura que aconteceu sobre a vontade e desejo das 80 mil pessoas que passaram pela vila minhota. O Vodafone Paredes de Coura regressa para mais uma edição de 14 a 17 de agosto de 2024.★

Vitor Pinto


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima

Primavera Sound Porto 2023

O Primavera Sound regressou à cidade do Porto, desta vez sem uma grande marca às costas, mas com muitos apoio e marcas ao seu lado. Em 2023, simplesmente… Primavera Sound Porto.

Para além desta novidade, as diversas alterações do recinto com a mudança de localização do palco principal e de um dos palcos secundários… Funcionou. Mas gostávamos muito mais do imenso tempo passado nos palcos do anfiteatro natural.

O tempo chuvoso também regressou ao parque da cidade, mas não afastou os amantes do bem estar da natureza e da música.
Foram imensos a aguentar, pela presença de Kendrick Lamar e Rosalía, debaixo de imensa chuva que teimava em não largar o recinto do Primavera Sound Porto. No terceiro dia o sol tímido apareceu e no último dia, brilhou e aqueceu ainda mais os corações que aguardavam pelo regresso dos britânicos Blur. Foi sem dúvida, mais uma edição carregada de emoções. a sua 10ª edição no Porto.

O festival arrancou com suavidade ao som de Beatriz Pessoa com um presença de encanto no “novo” palco principal com a anémona de Matosinhos como pano de fundo. Descendo até ao ex palco principal encontramos o ritmo e a boa disposição de Georgia. Uma presença marcante no arranque do festival. Alison Goldfrapp também brilhou, Holly Humberstone simpatizou com o nosso publico e primeira enchente do palco principal foi para… o primo de Lamar. Baby Keem arrancou a chuva dos céus e os saltos de todos os presentes. Magnifico. O verdadeiro aquecimento para o primo que entrou no mesmo palco de seguida. No anfiteatro natural, The Comet is Coming também fizeram estragos à sua maneira. Uma bela noite apesar da chuva…

Fumo Ninja e Quadra abriram o segundo dia em português juntamente com os atrevidos Surf Curse. Uma forma alternativa de começar outro dia intenso que terminaria com a espanhola Rosalía em palco. Um regresso onde já foi feliz e onde expôs toda a energia de “MotoMami”. Pelo meio Shellac carimbam o passaporte anual no evento, The Murder Capital regressam a Portugal depois da passagem por Paredes de Coura o ano passado. Alvvays mostraram magia tal como Arlo Parks em momentos destintos. Gaz Coombes na sua grandeza do rock e a sensualidade de Maggie Rogers e Japanese Breakfast em palco foi divina. Norte americanos The Mars Volta explodiram em palco numa mistura entre o rock e o jazz com muito funk pelo meio enquanto Fred Again… fazia abanar as ancas e as mentes molhadas de mais uma noite fria e bastante húmida.

Ao terceiro dia, o sol brilhou e trouxe a primavera de volta ao parque da cidade. com ela, o trio português a abrir este dia. Margarida Campelo, Meta e Deixem o Pimba em Paz, com uma autentica paródia as temas mais populares que se cruzaram connosco nos últimos anos. My Morning Jacket despertou as verdadeiras atenções neste final de tarde e depois foi sempre a subir com a excentricidade de Pusha T e de NxWORRIES de Anderson.Paak & Knxwledge. foi um mergulho de ritmos e batidas por parte dos norte americanos de serviço neste dia. Da Nigéria, o muito aguardado Rema que foi muito para além do seu hino “Calm Down”. O jovem Ikubor Divino arrancou simpatia e emoções com o seu afropop. Um verdadeiro vencedor. No outro palco, o tal “palco principal”, o revivalismo dos Pet Shop Boys que encheram o olho e o baú das eternas recordações. St Vincent repetiu a dose de glamour e sensualidade rock neste festival, Le Tigre explodem na dança com muito dance-punk e o britânico Central Cee fez as delicias com o seu estilo impar na voz e na criação. Hip hop, dancehall, reggae e muito atitude. Uma atuação marcante no Primavera Sound Porto. Darkside em ritmos eletrónicos, fizeram a festa até se baixar as cortinas deste terceiro dia de festival.

Sem vontade de chegar ao final, caminhamos para o último dia do Primavera Sound Porto. Wolf Manhattan de João Vieira arrancou, seguiram-se os Unsafe Space Garden e Isa Leen para um final de tarde perfeito. O rock apareceu com os britânicos Yard Act, seguiram-se os experientes Sparks, Julia Holter ofereceu charme ao parque da cidade e Halsey incendiou o Primavera Sound Porto com um presença selvagem e perfeita. Do outro lado do recinto Yves Tumor libertou toda a extravagancia que o carateriza! New Order até começaram bem com nova dose de revivalismo da banda de Bernard Sumner, mas devido a vários problemas técnicos, a atuação teve de terminar mais cedo que o esperado. Uma pequena mancha neste grande festival em Portugal. Posto isto, todos os caminhos foram parar ao palco principal para receber uma vez mais neste parque da cidade, os britânicos Blur. Damon Albarn, Graham Coxon, Alex James e Dave Rowntree não desiludiram. pelo contrario! Mostraram que ainda estão bem vivos, editaram um álbum novo em 2023, e sem grandes “efeitos especiais” mostraram uma vez mais, que são uma banda única e que vão muito para além de “Song 2”, “Girls & Boys” ou “Parklife” na criatividade. Seguramente vamos ter mais Blur para mais uma década. E nós agradecemos.

Fecha-se assim o ciclo de 10 anos de Primavera Sound Porto, mas ja se pensa e trabalha no próximo que irá a acontecer de 7 a 9 de junho de 2024 no local do costume. ★

Vitor Pinto


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagens @ Hugo Lima


Imagem @ Hugo Lima

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2023

Amplifest 2022

Tentar rotular o Amplifest com um estilo de música ou um estilo de vida, é pouco. Muito pouco. Diria, é quase nada.

A ideologia deste evento ultrapassa todos os rótulos, ultrapassa qualquer comparação possível. É algo imenso que vai para além da musica, mesmo com um cartaz poderoso que sem grande esforço, faz estragos no catalogo de festivais em Portugal. Bastaria o poder de sedução de Anna Von Hausswolff, a excentricidade dos Cult of Luna, a entrega dos Amenra, mesma na sua versão mais acustica, a curiosidade de Dälek e da grandeza de Caspian, a força celestial dos Deafheaven ou a surpresa encantada de A.A.Williams ou dos Putan Club (em aparição no M.Ou.Co). A descoberta de Lingua Ignota, o “Adeus” dos místicos Indignu, a rebeldia de Scúru Fitchadú ou as profundezas dos Goodspeed You! Black Emperor.
Tudo isto no icónico Hard Club imenso e vestido de Amplipeople ao longo de seis gloriosos dias. Pessoas de visão sonora ampliada. Com uma visão alargada da vida, de saber estar e sentir.

É sem duvida uma experiência que nos penetra na alma e não se limita a apenas aos dias do evento. É uma experiência que deixa marca. Que tatua a nossa existência. É algo enorme que nos pinta o futuro de negro brilhante e nos cativa. O Amplifest fica indiferente para quem nunca viveu estes intensos momentos, mas marca com profundeza os sentimentos vitais de quem vive e sabe viver estes dias.

Mas a grandeza do Amplifest não se fica por aqui. É teimoso suficiente para não ficar por aqui. E com isso, cria um ambiente sedutor, cria um bem estar infinito de permanecer eternamente no Hard Club que se veste uma vez mais de negro. Mas é um negro diferente este. É uma cor descontraída. Destemida. Uma cor que apesar de negra, ilumina. E como explorar esta luz? Só mesmo nos vários espaços do Mercado Ferreira Borges. Só mesmo em frente ao palco na absorção dos sentimentos sonoros debitados. Só mesmo nos corredores em momentos descontraídos e aprazíveis. Só mesmo por entre as palavras que se cruzam nos Ampli-talks ou mesmo entre um café e uma cerveja inspiradora. Só mesmo entre manobras de culturas variadas que se unem nestes dois dias. Só mesmo em momentos relaxantes sobre o imenso verde que a zona frontal do Hard Club oferece. Não há limites descontrolados. Não há estilos. Não existem barreiras. Apenas um só como um todo. Como se o festival fosse feito à medida de cada alma que o visita.

Falar em ser alternativo é sinónimo de Amplifest. Mas não basta. Uma palavra apenas não é suficiente para abraçar tamanho sentimento e entrega. Talvez duas ou três palavras consiga estar mais perto desta experiência. Talvez dizer que o Amplifest é a Alternativa ao Alternativo seja o mais correcto. Poderá não o ser mas está lá muito perto.

Acreditamos nesta experiência única e tentaremos vive-la para além destes dois dias. Para lá da nossa existência, que para além de nossa, pode ser bem mais do que a alternativa.

Para o ano... uma nova tatuagem a ser vincada em todos os Amplipeople.

Um obrigado ampliado à Amplificasom. ★

Vitor Pinto


Imagem @ Geert Braekers


Imagem @ Geert Braekers


Imagem @ indignu


Imagem @ Vera Marmelo

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados @ 2022

Vodafone Paredes de Coura 2022

Imagens @ Sara Sofia de Melo

O NOS Primavera Sound regressou após dois longos anos de ausência, e com ele, o regresso à normalidade de poder sentir a música e de a poder respirar, da liberdade, da vontade de abraçar tudo e todos!
Foi um festival de sentimentos e emoções únicas e tal como o seu “primo” do Minho, este também foi o festival do Amor…
Durante os habituais três dias do evento, por onde passaram mais de 100 mil pessoas, sendo mais de metade desta contagem, de origem estrangeira, o sucesso deste NPS ficou logo garantido na primeira noite com o regresso de Nick Cave com os seus The Bad Seeds. O regresso apetecível passados precisamente quatro anos. Não nos cansamos nunca de receber Nick Cave de braços aberto, e deixamos sempre as portas bem abertas para o seu regresso. (Regressa a Portugal em setembro para o festival Kalorama). Um senhor em cima de qualquer palco sempre por entre olhares e palavras perfeitas. Depois de uma presença tão marcante e celestial, não seria fácil descer à terra e oferecer mais sentimentos musicais nesta primeira noite… Mas no palco vizinho Mura Masa conseguiu envolver mais sentimentos, agora escritos para a dança. Com uma tripla companhia vocal, Alex Crossa soube lançar ritmos preciosos para conquistar o publico que ainda resistia alegremente nesta noite de primavera, quente e emotiva!
Voltando ao local onde fomos felizes nesta mesma noite, Kevin Parker desceu da sua nave psicadélica e juntamente com os seus Tame Impala, fizeram brilhar os céu do parque da cidade com um jogo de luzes impressionante. Uma produção fantástica que incluía um circulo suspenso de lançava emoções visuais e nos transportava para vários locais juntamente com os já clássicos que se foram soltando no fecho desta primeira noite do NPS. As portas também estarão sempre abertas para Kevin Parker e companhia.
Os nacionais Throes + the Shine começaram por debitar a meio da tarde, ritmos mais frenéticos e festivos para um publico sedente de concertos e festivais. Pedro Mafama também foi um senhor em palco. Uma presença cada vez mais saudável, quer em palco quer em registos.
Ainda neste primeiro dia DIIV triunfaram com uma excelente actuação, impressionados com a imensa multidão à sua frente naquele final de tarde. Kim Gordon deixou em casa os seus Sonic Youth e expôs o seu registo de estreia “At Issue” com um rock poderoso à hora de jantar. A californiana Sky Ferreira chegou atrasada e deixou bastante a desejar em palco num curtíssimo e atribulado regresso ao NOS Primavera Sound. Stella Donnelly encantou ao por do sol com a simplicidade nas palavras e o encanto sonoro charmoso por entre o aclamado registo “Beware of the Dogs” e o novíssimo disco apresentado nesta tarde “Flood”. Black Midi intensos e bem ritmados. Preciosos! E por falar em preciosidade pura, Cigarettes After Sex fizeram magia por entre momentos intensos de pura sedução a preto e branco e debaixo da melodia incrível de Greg Gonzalez. E Caroline Polachek que igualmente brilhou entre sonoridades misticas e danças sensuais que exibiram uma actuação inesquecível e sexy de Polachek. Sem duvida, merecia uma outra exposição local e horária, tal como já aconteceu com os seu Chairlift neste mesmo festival.

Arranque de mais um dia belíssimo de primavera e do saudoso Primavera com a simplicidade de Beach Bunny com canções suaves e alegres. Perfeito para um final de tarde que recebeu uma vez mais os Slowdive neste recinto, agora no local correcto, iluminados pelo por do sol e pela vontade quente de um publico atento e recetivo. Pelo mesmo palco Beck chegou, viu, cantou os seus esperados hits mas não convenceu. Era de esperar algo mais do musico que já não nos visitava há imensos anos. Valeu o concerto à mesma hora no palco mais selvagem do evento. A energia contagiante dos Rolling Blackouts Coastal Fever foi intensa e foi bem visível por quem os recebeu e os soube ouvir. Puro rock expressivo, bem disposto e saudável de principio ao fim. Sem duvida, uma das melhores actuações do NPS 2022.
Voltando ao palco principal e depois de tantos anos de espera, finalmente Pavement em palco. A banda de Stephen Malkmus chegou e satisfez os ouvidos mais apurados dos apreciadores do indie rock, neste dia que teve pelo meio algumas surpresas, novidades, regressos e confirmações…
Rita Vian saudou o festival com a certeza de uma grande voz nacional e com temas cativantes que nos deixam a cantarolar. A poderosa Rina Sawayama chegou do Japão, fez paragem por Londres e encontrou um recinto eufórico no Porto pronto para a receber. Sucesso garantido, caras feliz e satisfeitas. Neste mesmo espaço King Krule num outro contexto totalmente diferente e rebelde, cativou pela sua raiva saudável nas palavras, exprimindo canções fortes e aguerridas. Muito bom. Igualmente bom mas num patamar mais melódico e suave Arnaldo Antunes criou emoções felizes no NPS 2022. Cantou, encantou, dançou freneticamente e exprimiu uma eterna boa disposição. Digno de um senhor!
Shellac marcaram a sua presença como sócios honorários do evento e como tem vindo sendo habitual, reuniram uma simpática plateia que os soube acolher uma vez mais, em euforia. Ao cair da noite Amaia embalou o publico em suaves melodias por entre satisfações pelo primeiro concerto fora de portas espanholas seguindo-se o duo 100 Gecs, que ao contrario da espanhola, acordaram todo o recinto do NOS Primavera Sound com decibéis apurados, batidas dançantes e muito auto-tuned à mistura, levando-nos para uma nova vertente da musica urbana. O Hyper como Laura Les e Dylan Brady o intitulam. Jehnny Beth regressa onde já foi muito feliz e aproveita as batidas produzidas anteriormente num outro palco. No seu projecto a solo, mais electrónico do que as Savages, Jehnny salta, grita, explode e oferece-nos doses de loucura controlada. Uma verdadeira guerreira em palco, rainha no sentimento.

Numa viagem que já se previa longa para este terceiro e último dia do festival, o festival quase que poderia fechar as portas depois da actuação perfeita dos Dry Cleaning. Apesar da habitual voz timida de Florence Shaw, as guitarras e o ritmos viciantes dos homens da banda, criaram emoções dançantes que quase nos fizeram esquecer do que por ai ainda viria. É o caso do restante alinhamento deste palco, mais cru e sem vegetação… Khruangbin fizeram delicias ao por do sol com as suas viagens de puro encanto pelo psico-jazzy funky instrumental, Little Simz brilhou com o seu sentimento puro e com as suas palavras poderosas e Grimes fechou esta porta com um dj set intenso e vibrante que não deixou ninguém indiferente. Dança foi a palavra de ordem. Num outro registo e igualmente com muita dança à mistura foi a actuação do brasileiro Pabllo Vittar que fez delicias/estragos (riscar o que não interessa) pelo festival.
Antes da longa reta para o final do NPS, uma passagem pelo palco que mais se evidenciou nesta edição. Brilhantes actuações de Pile que nos apresentaram o recente “Songs Known Together, Alone”, o intenso hardcore de Jawbox e os britânicos Squid com o seu único registo “Bright Green Field”. Souberam a pouco, por isso foi-lhes pedido um regresso mais confortável a Portugal em breve. Será que nos vão satisfazer a vontade? Seria perfeito.
Olhares agora atentos para o palco principal que recebeu três regressos ao festival do Porto.
Dinosaur Jr. repetiram a sua mestria sonora com instrumentos emprestados, depois dos seus terem sido extraviados. Mesmo assim J Mascis, Lou Barlow e Murph não descairam. Quem sabe sabe e esta aparição sonora ao cair da tarde foi soberba. Interpol também quiseram regressar e com eles uma mala recheada de clássicos da banda. Mesmo assim, a sua frieza em palco não foi compreendida por muitos, nem sequer conseguiram conquistar os poucos que estavam em contacto pela primeira vez com a banda de Paul Banks. Mas os Interpol são mesmo assim. Frios na atitude e simpatia, mas muito bons no desempenho sonoro e ricos em canções fortes, intimas e dançantes. Frieza esta que foi imediatamente apagada depois de se ler “Olá” nos ecrãs do palco principal do NPS 2022. Damon Albarn regressa ao palco que pisou com os Blur e visivelmente satisfeito por ver 35 mil pessoas à sua frente, saúda Portugal, saúda o Porto e depois de “M1A1”, foi um desfilar de canções em formato “best of” dos Gorillaz.
As imagens foram surgindo nos ecrãs, onde a banda original 2D, Murdoc, Noodle e Russel Hobbs iam desfilando sobre os temas perfeitos criados por uma banda magnifica, recebendo aqui e ali, convidados que davam ainda mais brilho a este concerto. Beck ficou pelo Porto mais uma noite e subiu ao palco para interpretar “The Valley of the Pagans”, “Garage Palace” também se ouviu com a ajuda da diva Little Simz, Robert Smith dos Cure em formato virtual, Bootie Brown aparece em dupla dose. Primeiro com “Stylo” e depois com “Dirty Harry”. “Desolé” intenso com a ajuda vocal de Fatoumata Diawara e a fechar a “guest list”, o já inevitável Pos, dos De La Soul. Uma presença iconica e obrigatória para ser o mestre de cerimonias no hino “Feel Good Inc.” Ninguém ficou indiferente, nem mesmo Albarn que continuava incrédulo e bastante satisfeito com todo o calor humano recebido neste NPS. “Clint Eastwood” cai com a chave de ouro que ninguém queria. Queríamos mais, muito mais.
Gorillaz ficará no coração de todos e o NOS Primavera Sound continuará a ser um festival do coração, da emoção e depois de tudo aquilo que passamos e recebemos nesta difícil edição, é um festival de amor.


Imagens @ Sara Sofia de Melo

Earthless, Maida Vale e The Black Wizards | Hard Club


The Black Wizards @ Sara Sofia de Melo

The Black Wizards @ Sara Sofia de Melo

The Black Wizards @ Sara Sofia de Melo

Hard Club @ Sara Sofia de Melo

Maida Vale @ Sara Sofia de Melo
Maida Vale @ Sara Sofia de Melo
Maida Vale @ Sara Sofia de Melo
Earthless @ Sara Sofia de Melo
Earthless @ Sara Sofia de Melo
Earthless @ Sara Sofia de Melo

www.fenther.net ® Todos os direitos reservados
@ 2022