Será pacífico chamar-lhe a rainha da escuridão, no que diz respeito à música que pratica, pela dimensão estratosférica que a tímida e arisca californiana adquiriu ao longo dos anos, à força de álbuns e concertos de uma devastação emocional ímpar.
Aliás, quando se estreou por terras lusas, no Amplifest 2013 pois claro, ainda no ciclo de Pain Is Beauty, já parecia claramente destinada ao trono, mas depois de obras maiores como Abyss, Hiss Spun ou Birth Of Violence, a coroação definitiva atinge-se com o novo She Reaches Out To She Reaches Out To She, uma obra impactante que se segue a cinco anos de ausência e que expande ainda mais a palete sonora já de si bastante vasta de Wolfe ao integrar significativos pedaços de electrónica e trip hop. A cada passo, é como se a norte-americana atirasse cada vez mais ingredientes para o turbilhão lúgubre e curiosamente esperançoso que é a sua música, para subir mais um degrau na sua aventura discográfica. Ao fim de mais de uma década de ausência, vai ser bom receber sua majestade em Portugal novamente.





                                                                                                                                           

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