Nem vale muito a pena atirar subgéneros aos Inter Arma, porque para sermos minimamente precisos na descrição, ninguém ia ficar com qualquer ideia concreta no final de contas. Doom pesadão e moroso? Com certeza. A densidade e a selvajaria do ataque do death metal? Claro, também anda por lá. A acidez e a negritude do black metal? Também, sem dúvida. O lamaçal arrastado do sludge? De tal maneira que até vamos ter vontade de tomar banho depois de ouvir um dos discos deles. Psicadelia marada? Um monte, mesmo sem recurso a psicotrópicos. Pedacinhos de luz aqui e ali, de tal forma que nem o termo “folk”, tantas vezes vago e utilizado assim de esguelha, seria mal empregue. Tudo isto permeado por letras daquelas que nos deixam a pensar, para o bem ou para o mal, porque espelham poeticamente mas também frontalmente o estado lamentável deste mundo e das nossas almas que nele têm que existir, forma um todo de impacto visceral, tanto física como emocionalmente. Impacto esse que atingiu o seu auge no recente ‘New Heaven’, o seu quinto álbum (mais um de covers, se o quiserem contar), editado em Abril, e que já se perfila como um dos pontos altos de 2024. E afinal, um todo que soa a quê mesmo, exactamente, depois disto tudo? Que tal dizer que soa a Inter Arma, e ficamos por aí?
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