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Tomara - Favourite Ghost
© 2017

Há gaivotas. Há um mar que revolta. Há um brilho solar... E há "Favourite Ghost", o grande álbum de Tomara.
Há uma calma que nos envolve, quebrada gradualmente pelo ritmo das canções e por todo o sentimento contido neste disco, fazendo-nos esquecer o cenário. Convida-nos assim, para viver vincadamente este momento sonoro.
Depois...tudo volta ao normal.

(☆☆☆☆☆☆☆)


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"Afirmar-se que o acaso pouco conta é redutor e de uma justeza imprecisa. Se corrermos de memória as nossas idiossincrasias confirmamos que a aleatoriedade das circunstâncias pessoais – construtoras - conta decisivamente para o caminho. No entanto, o acaso do que se nos converte em paixão só vence para ficar quando sabemos agarrar e colher para que o que nos conquista se transforme em comportamento e existência: futuro. A história de Filipe Monteiro é toda assim. Mesmo nos tempos por maturar em que a idade era de contabilidade curta, a música e a habilidade para ela gizou um caminho calculável: o som, os instrumentos, as canções, tinham vindo para perdurar. Filipe Monteiro, como aprendiz, abraçou desde muito novo aulas de órgão, piano e guitarra. As seis cordas foram/são a sua predilecção, mas não desprezou – muito pelo contrario! – os anos que passou na Banda Filarmónica de Loures. Lá aprendeu, numa dimensão, diríamos, mais académica mas cheia de informalidade, a ler e a escrever notas, compassos, acordes e outros quinhentos que na arte musical podem importar. Já adolescente começa a criar, responsabilizando-se por composições que vestiram peças de teatro. Depois de passar por algumas bandas de garagem, experiência rica e frutuosa, colabora na formação dos Atomic Bees e com eles edita um único registo, "Love noises and Kisses". Rita Redshoes, um dos membros constituintes da banda, segue carreira a solo, mas Filipe Monteiro continuaria a acompanhá-la nessa viagem. Sempre com a música nos dias, veio o Curso de Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes. A imagem (vídeo) implanta-se nos gostos maiores de Monteiro, passando daí em diante e até hoje, a trabalhar com nomes como os Da Weasel, Paulo Furtado, David Fonseca, Rita Redshoes e Márcia, produzindo videoclipes, Dvd’s, documentários e desenhando a componente visual de alguns concertos dos artistas supracitados.
Concomitantemente, trabalhou como músico (de estúdio e ao vivo), nos discos de Redshoes - "Golden Era" em 2007 e "Lights & Darks" em 2010 - e como arranjador e produtor de Márcia - "Casulo" em 2013.
Como se alcança, Filipe Monteiro deu sempre muito e mais para e com os outros, avançando altruísta por dedicação, amizade e profunda devoção à arte. Entretanto a vida cresce e os sentidos preenchem-se de fertilidade incondicional. A paternidade e o casamento abrigam o músico-homem, escancarando respiradores promotores de sortes a solo que, por causa dos tempos ocupados ao serviço dos outros, foram ficando num lugar secreto, ainda que vivo, à espreita da hora certa. O tempo é agora e Filipe Monteiro esculpiu “Tomara”.
O disco, as suas canções, harmonizam o amor entre o que se fita e imagina com a melodia. Escutam-se desertos, estradas passeadas em câmara lenta, mãos em mãos, rios vagarosos e impolutos, árvores tomadas de ventos-veludo... tudo a soar sobre guitarras temperadas e a galope de arranjos e vozes (também as há) esparsas que se mostram discretos mas impecavelmente categóricos. Aos ouvidos, “Tomara” desfila como um produto esmerado e assombrosamente sentido. A obra vibrante de Monteiro exalta fantasia, porque o que dá é limpidamente belo e sempre farto de edificação imagética. “Tomara” é mais do que um trabalho sonante, é música maior capaz de nos levantar, a um palmo do chão, para mundos onde as imagens são legendas de cada nota: ecos criados para múltiplas e belas avenidas resultantes de um enlace imaculado entre o que se ouve e o que, sem darmos conta, julga ver." - Ricardo Mariano


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