A.A.A.
Access All Areas
Fenther – Depois de uma década de existência, como está The Weatherman?
Fenther – Motivado para continuar?
Fenther – É difícil ser musico em Portugal e viver apenas da musica?
Fenther – Quais são os teus ideais? Qual é a tua luta?
"Neste disco, particularmente, acho que estou
a oferecer às pessoas lugares interessantes, mundos à parte, onde elas possam entrar e
desfrutar de algo bom e positivo."
Fenther – Quais são as influencias em que mais te moves?
Fenther – Consegues catalogar as tuas criações? Em que prateleira as colocas?
Fenther – O que ouves em casa?
Fenther – A musica nacional está de boa saúde? O que recomendas?
Fenther – Porquê edição de autor? É mais simples, mais viável?
"...sendo que o concerto de apresentação será a 21 de
Maio no Passos Manuel, no Porto. Mas vão haver ai umas surpresas…"
Fenther – Satisfeito com o resultado de "Eyeglasses for the Masses”?
Fenther – Como chegaste até ao conceituado Brian Lucey?
Fenther – Há convidados neste disco?
Fenther – E ao vivo, quem vais ter em palco?
Fenther – Já há datas? Por onde vais estar?
Fenther – Como aparece aqui "Calling All Monkeys" no final do disco? É um desabafo?
Um soltar de energias?
Fenther – Mensagem final...
Vitor Pinto
Estivemos à conversa com The Weatherman, a proposito da edição do àlbum "Eyeglasses for the Masses"
The Weatherman – Está no seu auge, provavelmente nunca esteve melhor, artisticamente falando.
The Weatherman – Sim, quanto houver caminho a percorrer.
The Weatherman – “É muito difícil sim. Eu abdiquei de muitas coisas que as pessoas consideram como
essenciais para as suas vidas em prol do meu sonho. Mas não me arrependo, são
escolhas…
The Weatherman – Contribuir para um mundo melhor de alguma forma com aquilo que eu faço, e com
aquilo que eu sou e tenho para comunicar. Neste disco, particularmente, acho que estou
a oferecer às pessoas lugares interessantes, mundos à parte, onde elas possam entrar e
desfrutar de algo bom e positivo. E passar uma mensagem - este disco tem uma
mensagem muito forte.
The Weatherman – Eu deixo-me influenciar naturalmente por tudo o que considero ser música boa,
independentemente de géneros.
The Weatherman – Na prateleira da boa música pop, intemporal, desligada de tendências e modas.
The Weatherman – Em termos de coisas recentes, tenho andado às voltas com o Tobias Jesso Jr., o último
do Brian Wilson, os Electric Light Orchestra, Temples, Tame Impala, Beck, Surfjan
Stevens, Benjamim Clementine, por aí. Coisas antigas, voltei a pegar em Crosby Stills
& Nash, Neil Young, Keith Jarrett, os Mutantes, também tenho ouvido um disco muito
bom dos Fleetwood Mac, que está para eles como está o White Album para os Beatles…
muito inspirado e desprendido, e produção sem caganças - gosto disso.
The Weatherman – Penso que sim. Tenho andado a redescobrir o Jorge Palma. Recomendaria o Benjamim,
os They’re Heading West, o Bruno Pernadas… por aí.
The Weatherman – Eu não acredito no ponto em que se encontra a indústria musical actualmente.
Fabricam-se hypes, com editoras e respectivas bandas que compram o próprio sucesso.
E o público engole tudo. Não vou à bola com os meandros so showbizz, acho ôco. O
que me interessa é só e apenas a música. Sinceramente penso que o melhor que posso
fazer em relação ao estado da indústria musical é ficar de fora dela.
The Weatherman – Sim, acho que com este disco me sinto “resolvido” artisticamente. Acho que cheguei a
um ponto em que a maturidade me diz claramente que se algo não correr bem com este
disco não será por culpa própria, mas sim por factores externos.
The Weatherman – Foi por sugestão das pessoas que trabalham comigo. O disco tinha um lado mais pujante
que o normal em relação aos meus discos anteriores. Precisávamos de uma
masterização que desse atenção ao músculo que este disco tem.
The Weatherman – Sim… algumas delas são colaborações pontuais, mas que tornaram o disco ainda mais
especial, como o Álvaro Costa e a emmy Curl na “Calling All Monkeys”, a Inês
Calafate nas vozes. De resto, tocam no disco o o Nuno Melo e o João André no baixo, o
Alexandre Almeida nas guitarras, o João Nuno Almeida na bateria, o Misha
Arutyanyan nas cordas, Tiago Ramalhosa e Elisa Cancela, dois jovens alunos da escola
de música que ficava mais perto do estúdio onde estávamos a gravar.
The Weatherman – Tenho uma banda nova, com o Alexandre Almeida nas guitarras, o Nuno Melo no
baixo, e o João Nuno Almeida na bateria.
The Weatherman – Neste momento tenho apenas duas, sendo que o concerto de apresentação será a 21 de
Maio no Passos Manuel, no Porto. Mas vão haver ai umas surpresas…
The Weatherman – O caso do “Calling All Monkeys” é especial. Por um lado, encaixa no conceito do disco,
mas por outro lado em termos de sonoridade, é bastante diferente do restante. Por isso,
decidi colocá-la como faixa extra… A música está recheada de ironia… penso que por ter
uma leveza maior ajuda a aliviar um pouco a tensão dramática presente no final do
disco.
The Weatherman – Contribuam para um mundo melhor, dando sempre o vosso melhor.