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Estivemos à conversa com os Smartini a propósito da edição do EP "Liquid Peace"

Fenther – Quem são e de onde nos chegam os Smartini?
Smartini – Os smartini são compostos por quatro elementos que residem nas Caldas das Taipas, uma Vila Termal que fica a meio caminho entre Braga e Guimarães e que se conhecem há mais muitos anos. Partilham o gosto pela música, que no fundo foi aquilo que os uniu e deu origem a uma amizade que hoje vai para além desta. Ao longo dos anos tiveram projetos com outros nomes e formações, mas o denominador comum de quase todos foram os 4 que desde 2002 deram origem aos smartini.
Além de vidas profissionais de grande exigência e intensidade, não sendo estas relacionadas com a música, os smartini pretendem afirmar-se no panorama musical como uma banda com uma sonoridade própria.

Fenther – Para quem não sabe, vocês já existem há muitos anos... Como tudo começou e por onde andaram?
Smartini – Smartini enquanto banda, existe como dissemos desde 2002. Nasceram de outros projetos com a mesma formação.
Este foi o assumir a identidade que ao longo dos anos procurávamos. Gostamos sempre de tocar ao vivo, e foi o que fomos fazendo numa fase inicial pelos palcos da nossa região. Fizemos palco Secundário de Vilar de Mouros em 2004 e em Novembro de 2005 ganhamos a 1ª Edição do Festival de Bandas de Garagem de Paredes de Coura. Foi um marco importante para a Banda. Não era um festival qualquer e não foi só o prémio (que na altura prometia presença no Festival de Verão de Paredes de Coura) que mexeu connosco, mas sim a constituição do júri que continha nomes como Nuno Calado (Antena 3), Miguel Pedro (Mão Morta), e que nos garantia que este era o caminho.
Ganhamos “força” e gravamos o primeiro álbum em 2007 “Sugar Train”. Foi a nossa primeira grande experiência em estúdio e talvez por isso o resultado não refletiu bem em estúdio, aquilo que mostrávamos ao vivo. Seguiu-se um percurso pelos palcos do panorama alternativo português. Fomos de norte a Sul com aquilo que chamaram de “Locomotiva Sónica”. Foram 2 anos de “estrada”. Depois de 2009 existiu uma pausa. Não foi propriamente programada e nunca “terminamos” nada. A família, os trabalhos e outros hobbies fizeram com que os ensaios fossem menos frequentes. Mas foi apenas um colocar os amplificadores em Standby, porque sempre continuaram com as válvulas quentes. Um convite para participar num tributo a Lou reed foi em 2014 funcionou como o rastilho. 2015 surgiu como o ano de viragem. O Verão desse ano já nos fez participar no Barco Rock Fest e no final do ano entravamos em estúdio. Liquid Peace era uma realidade.

"Sentirmos que estamos confortáveis com o que fizemos e o resultado final obtido é sem dúvida alento para continuar a compor, tocar e gravar."

Fenther – O que mudou desde o vosso último registo até este "Liquid Peace"?
Smartini– Necessariamente a experiência é maior. Isso poderá espelhar-se um pouco na construção dos temas. Mas a grande diferença é sem dúvida o considerarmos que desta vez o que gravamos traduz aquilo que de facto somos como banda e o que fazemos ao vivo.

Fenther – Onde colocam a vossa sonoridade? Em que prateleira?
Smartini – A prateleira do Rock'N'Roll é a base. Depois provavelmente alternativo/Indie será o separador mais consensual. Quando surgiu o álbum sugar train, encontrava-mos o disco nas estantes da música alternativa.

Fenther – Satisfeitos com o regresso e com a edição deste disco?
Smartini – Claro que sim. Ter um novo trabalho para mostrar quase 10 anos depois, sentirmos que estamos confortáveis com o que fizemos e o resultado final obtido é sem dúvida alento para continuar a compor, tocar e gravar.

"Os smartini pretendem afirmar-se no panorama musical como uma banda com uma sonoridade própria."

Fenther – As criticas... já chegaram? Estão a ser boas?
Smartini – Sim, até à data têm sido muito boas. Parece que o panorama musical caminha outra vez para uma sonoridade que nunca nos descolamos enquanto banda.

Fenther – O vosso single de apresentação tem andado no topo dos tops nacionais. Estavam à espera de algo assim?
Smartini – Não será tanto assim. Nesta fase temos mantido ao longo de várias semanas o número um do TOP de uma rádio.
Temos a noção que o nosso som não se adequa a um TOP nacional, e por isso, o número um vale o que vale. Não somos os melhores por estar em primeiro, nem seremos os piores quando desse lugar sairmos. O importante é tocar. Tocar nas rádios, passar a mensagem, marcar um lugar e tocar ao vivo.

Fenther – Por onde vão apresentar este "Liquid Peace"?
Smartini – Por onde nos deixarem, claro. Iremos lançar no dia 18 de novembro e no dia seguinte, será dado um concerto de apresentação na nossa Vila, depois estamos a fechar algumas datas pelas cidades do país. Esta fase é essencialmente de promoção, mas claro que queremos levar a nossa música novamente pelos palcos alternativos de Portugal e quem sabe chegar ao Verão e fazer uns festivais.

Fenther – Estado da nova musica nacional? Está de boa saúde?
Smartini– Sim. Nunca tanto se produziu em Portugal como agora. Os géneros emergentes no panorama alternativo parecem ter sofrido naturais mutações, também fruto de influências externas. Os smartini, não fogem à regra e também têm sido permeáveis às novas ondas, mantendo-se no entanto fiéis às influências.

Fenther – Mensagem final...
Smartini – Queremos naturalmente agradecer a quem nos tem acompanhado e apoiado. Procurem ouvir smartini, desfrutem e venham por favor assistir a um concerto nosso.

Vitor Pinto