A.A.A.
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Fenther – Quem movimenta esta ideia Daily Misconceptions? Como nasceu esta vontade?
Fenther – Sem catalogar o conceito, que tipo de sonoridade sai da tua criação?
"Acho que a produção de música nacional se encontra em bom muito bom estado. Cada vez existem mais projectos incríveis e com muito boa qualidade."
Fenther – O que vem dentro do primeiro disco "Our Little Sequence of Dreams”?
Fenther – Ao vivo como te apresentas? Que imagem podes oferecer ao publico?
"“Our Little Sequence of Dreams” traz-nos uma história sobre o indefinido, a falta de “casa” e a procura do conforto."
Fenther – És auxiliado por imagens? Quem as cria?
Fenther – Vais estar a apresentar este disco por onde?
Fenther – Mensagem final...
Vitor Pinto
Estivemos à conversa com Daily Misconceptions, a proposito da edição do àlbum de estreia.
João Santos – A ideia Daily Misconceptions é movimentada por mim, João Santos. Sempre que possível com a ajuda de músicos, designers, ilustradores e artistas visuais. No fundo, amigos de quem aprecio o trabalho e com quem o processo flui naturalmente.
Esta vontade nasceu da necessidade de ter um projecto meu, numa altura em que estava afastado das bandas com que tinha inicialmente começado a tocar. O projecto surgiu de forma natural, sem pensar muito em objectivos futuros. A única ideia que tinha em mente era simplesmente fazer a música que me apetecia, sem pensar e sem ter que discutir ou partilhar ideias e opiniões com outras pessoas. Era a minha música, as minhas decisões. Algo por que nunca tinha passado, um caminho novo, desconhecido e estimulante do ponto de vista musical e criativo.
João Santos – A sonoridade foi-se desenvolvendo e evoluindo ao longo dos anos. Inicialmente era abraçada por um forte carácter digital e era bastante automatizada. Isto devido à instrumentação utilizada e às técnicas utilizadas na gravação e mistura. Com o passar do tempo, através de muitas tentativas de erro e de experiências trocadas com outros músicos e produtores, foi fácil desenvolver e chegar a uma sonoridade que hoje considero muito característica de Daily Misconceptions. O tipo de sonoridade que está hoje presente na minha música é orgânica e natural, apesar da música ter muitas características electrónicas.
João Santos – “Our Little Sequence of Dreams” é o primeiro álbum de Daily Misconceptions - anteriormente só tinha editado EP’s e faixas em diferentes compilações. Posso dizer que foi complicado fechar este ciclo e criar um álbum numa altura em que a maioria das pessoas já não se dá ao trabalho de ouvir um. Então porquê fazê-lo? Para mim, um álbum conta uma história e “Our Little Sequence of Dreams” traz-nos uma história sobre o indefinido, a falta de “casa” e a procura do conforto. É baseado em experiências e momentos pessoais, não sendo auto-biográfico. Musicalmente, aproxima-me mais de um formato de canção em que a voz ganha algum protagonismo. Tudo em “Our Little Sequence of Dreams” é mais orgânico e manual, no entanto, aproxima-nos de uma atmosfera irreal.
Fenther – Influências de onde vêm?
João Santos – De todo o lado. Tudo acaba por ser uma influência directa ou indirecta. A música, fotografia, filmes, textos, lugares, situações, pessoas, comidas… de tudo um pouco.
João Santos – Sempre que possível como um duo. Em que eu trato de tudo o que é relacionado com a parte musical e a Sara trata de tudo o que é cinema expandido. Tentamos criar um espetáculo simples, energético e visual. O público pode consultar o nosso site (www.dailymisconceptions.net) onde podem ver alguns vídeos que temos ao vivo. Mas nada melhor que passarem por um dos nossos concertos, onde podem comprovar o espectáculo que temos para oferecer.
João Santos – Sim, sou. A criação e manipulação de imagens é feita pela Sara Esteves, que me acompanha ao vivo. O vídeo “Insomnia Trap” retirado deste primeiro álbum, com o selo da Antena 3, também foi realizado por ela.
João Santos – Vamos estar a promover “Our Little Sequence of Dreams” um pouco por todo o país. O concerto de apresentação vai ser no dia 21 de Abril nas Damas, em Lisboa, com a primeira parte a cargo do Branches. No mesmo dia vamos ter a edição física do álbum em CD, disponível para venda. Depois seguimos em direcção ao Norte. Podem também ficar a par de todas as datas, através do nosso site - www.dailymisconceptions.net
Fenther – Estado actual da musica nacional? A tua opinião conta!
João Santos – Acho que a produção de música nacional se encontra em bom muito bom estado. Cada vez existem mais projectos incríveis e com muito boa qualidade. Posso recomendar alguns como o Twisted Freak, Nial, O Manipulador, Dragão Inkomodo, Homem em Catarse e Blac Koyote. Pesquisem por estes e vão chegar a muitos mais.
João Santos – Apenas duas para os vossos leitores.
Cuidado com os serviços de streaming. Os artistas têm de utilizam este tipo de serviço para promover os seus trabalhos mas infelizmente recebem muito, muito pouco. Tentem utilizar serviços que sejam mais “amigos” dos artistas.
Em relação a concertos, tentem apoiar as bandas nacionais que tocam em espaços mais pequenos e apoiem os eventos das editoras que promovem esses artistas. Assim, continua a ser possível que bandas e projectos mais pequenos continuem a tocar, ao longo de todo o ano, pelo nosso país.