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A.A.A.
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Estivemos à conversa com Corte a propósito do registo "Trinta e Nove"'.

Fenther – Quem é Corte? As devidas apresentações...
Corte – CORTE é o conjunto de canções escritas e musicadas por mim. Francisco Santos, técnico de som de profissão e músico nas horas livres. O disco de estreia foi gravado à voz e guitarra mas tenho online outras 4 canções (anteriores ao disco) gravadas com banda. Como membro a tempo inteiro de CORTE conto com o percussionista Tiago Araújo.

Fenther – Antes desta aventura a solo por onde andaste musicalmente?
Corte– Rapidamente e espero não me esquecer de nenhuma. Utopia, Act of Anger, Human Choice, Resignation, Ashfield e João e Sombra.

"Queria algo de verdadeiro e acho que consegui."

Fenther – Porquê "Trinta e Nove"?
Corte– A escolha do nome do disco surgiu quase em forma de protesto. 39 era a minha idade, 39 anos, mas por alguma estranha razão ninguém me dá essa idade. Devo ter cara de puto não sei.

Fenther – Nove temas e uma satisfação final?
Corte– O disco foi gravado em live take, voz e guitarra e fiz depois alguns overdubs de piano. Levava 18 temas preparados para estúdio mas gravei apenas 10, sendo que o décimo acabou por não entrar no disco. A satisfação seria maior se tivesse gravado mais temas mas foi essa a meta a que me propus, gravar o disco num dia em live take, e foi isso que ficou. Queria algo de verdadeiro e acho que consegui.

"90 por cento das 23 canções que compus até agora para CORTE surgiram em cima da mota enquanto circulava pelas cidades de Lisboa e Almada."

Fenther – Onde encontras inspiração?
Corte– Sempre que conto esta história as pessoas ficam a olhar para mim com uma cara estranha. Eu não me sento a compor, com um papel e caneta à frente e de guitarra ao colo. 90 por cento das 23 canções que compus até agora para CORTE surgiram em cima da mota enquanto circulava pelas cidades de Lisboa e Almada. E todas elas surgiram de alguma situação que observei na rua. Dou um exemplo, tenho uma canção chamada "Quando o Amor Vem". Certo dia, chovia, estava a sair de Alcântara em direcção à ponte e no final da Avenida de Ceuta vi um casal, jovem a andar no passeio, de mão dada, ela com o chapéu de chuva aberto mas sem lhes tapar a cabeça, ou seja, inclinado para trás, para as costas. Mal tiro os olhos daquele cenário vem me à cabeça a frase "Quando o amor vem, nem a chuva molha mais, nem o vento leva as folhas que repousam nos quintais.". Quando passei a ponte já tinha a melodia feita e mais uma frase "Quando a amor vem, caminhamos lado a lado, Deixas o chapéu em casa, que mal faz ficar molhado". Tive que parar à saída da ponte para cantar estes dois versos para o telemóvel. Esta situação já se repetiu mais umas dezenas de vezes, ter que parar a mota para cantar as linhas melódicas para o telemóvel. O passo seguinte é chegar a casa, fechar me no quarto e sacar a harmonia na guitarra da melodia que acabei de inventar. Eu não sei explicar como ou porquê isto acontece assim mas parece resultar.

Fenther – Margem sul (Almada) tem inúmeras referencias musicais. Identificaste como membro dessa inspiração?
Corte– Não, identifico me como inspirado. A cena musical almadense sempre mexeu comigo quer como técnico quer como musico.

Fenther – Estado da nova musica nacional? O que recomendas?
Corte– Luis Severo. Recomendo o Luis Severo, acho que é um bom espelho de uma juventude que tem algo a dizer e que o diz com classe.

Fenther – Mensagem final...
Corte– Obrigado pelo convite e vemo-nos por aí.

Vitor Pinto